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A Galeria Syntax recebeu a semana passada uma exposição dedicada à década de 80 que ficará patente até dia 24 de Junho
Sob o mote “The Life and the Death of the 80's”, o curador Michal Novotný explora a nostalgia “de algo que nunca foi”. Não fique confuso, nós explicamos. Nascido na República Checa, o curador recorda a década de 80 como um período de fascínio com o estilo de vida ocidental, que chegava ao país através de revistas e anúncios publicitários – e era, por isso, romantizado, não correspondendo exactamente à realidade.
Considerando que as décadas não se medem aos palmos e que muitas vezes aquilo a que chamamos “anos 80” corresponde mais ao período entre 1985 e 1995 (ou mesmo entre '88 e '98) do que propriamente aos números redondos, Novotný optou por expôr obras que carregam símbolos que marcaram a sua vivência: como os telemóveis hoje obsoletos ou aqueles espelhos fumados que decoravam os hotéis no final do século.
As 12 obras expostas (da autoria de Laëtitia Haussmann, Romana Drdová, Justin Morin, Lucia Prusa e Ondrej Vicena) exploram tanto a estética da época como o contraste com a modernidade. A obra de Justin Morin surge como uma promessa de algo que não se cumpre; a instalação de Laëtitia Haussmann explora as fronteiras entre a estranheza da era da disco (o roxo, o verde, as plantas em espaços interiores) e o uso do branco na contemporaneidade; e as intervenções de Romana Drdová materializam o romantismo associado a um passado relativamente recente.
Para ver na pequena galeria Syntax, na Rua Coronel Ferreira do Amaral (a da Escola António Arroio) até 24 de Junho. Mais informações aqui.