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Agosto: os restaurantes por onde andámos este mês

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No dia em que se fina o mês de Agosto do ano da graça de 2017, recapitulamos as principais notícias que demos sobre a gastronomia lisboeta nos últimos 31 dias. Por outras palavras, estes são os sítios que mais entusiasmaram os jornalistas de Comer & Beber este mês.

É preciso pensar duas vezes antes de falar em silly season quando se recordar o mês de Agosto de 2017 na área da restauração. É preciso também pensar duas vezes antes de dizer aos amigos que não há nenhum sítio novo-giro-com-bom-ambiente para ir em Lisboa agora que volta tudo à base. Restaurantes de autor, cozinha oriental, espaços a vender pão e, como não podia deixar de ser, mais daquilo que é tendência: a comida saudável.

Primeiro os pesos pesados. O nome Rui Paula diz muito aos foodies, aos que seguem religiosamente o Guia Michelin, mas sobretudo aos portuenses. Chef da Casa de Chá da Boa Nova (uma estrela Michelin) e do DOP, no Porto, chef do DOC, no Douro, instalou-se no início do mês no último andar do Tivoli Avenida, no mítico restaurante Terraço (Tivoli Avenida Liberdade, 185). “É um restaurante de hotel, mas é um restaurante Rui Paula”, disse em entrevista à Time Out. É um sítio sem menus de degustação, com produtos sazonais, mas com a linha de cozinha de autor que lhe é conhecida.

Charkoal
© Arlindo Camacho

Também com largos anos de experiência na cozinha, o chefe Cordeiro – sempre com “e” no fim, à portuguesa –, abriu o Charkoal na Marina de Oeiras, no espaço do antigo Peter Café Sport. É apenas chef consultor, apesar de querer estar muito presente, avisou na altura da abertura. A base da festa são os grelhados, sejam eles peixes, mariscos ou carnes, mas há também massas e assados no forno, em pratos como a trilogia de peixes, com salmão, tamboril e camarão ou a picanha na brasa à Charkoal. Tudo para provar num espaço amplo, com boa vista para o mar.

Num estilo 100% oposto, mesmo no coração da cidade e só com lugar para dez pessoas, está o Local, do chef André Lança Cordeiro. Uma sala de 18 metros quadrados, cozinha aberta para a mesa onde se sentam os comensais, na ementa uma inspiração francesa – vinda de onde estudou – e uma companhia, Leonor Sobrinho, a contribuir para que a música saia (ainda) mais afinada. A carta roda com frequência, por isso é ir passando para ver o que se serve (Rua de O Século, 204).

As dosas do Chutnify
© Francisco Santos

Da Índia chegaram também dois restaurantes ao centro da cidade. Um chama-se Chutnify, fica no Príncipe Real, tem uns irmãos mais velhos em Berlim, e uma indiana, de nome (incrível nome, note-se) Aparna Aurora, à frente. Os pratos-estrela são as dosas, em forma de cone, com vários recheios no interior, e para comer com as mãos (Travessa da Palmeira, 46). O outro chama-se Ganesh Palace, abriu na Avenida Álvares Cabral, é dos mesmos donos do Gandhi Palace da Baixa e também tem alguns pratos italianos (calma, não meta já as mãos à cabeça). Tem os clássicos chicken tikka masala, mas serve também lentilhas pretas em tomate, cebola e manteiga ou frango com molho de hortelã e coco, recomendados pelo dono, Saini (Rua Álvares Cabral, 44-48)

Do Oriente veio também a nova sala do TOPO Martim Moniz, com mistura de comida asiática de rua e de conforto. Desculpe? Falamos de coisas como baos, spring rolls chineses, gyosas de porco ou vegetarianas ou as típicas sopas tailandesas tom yum (Praça do Martim Moniz, Centro Comercial Martim Moniz).

Ingri, um dos pratos do Tantura
© Arlindo Camacho

De outras latitudes que não as portuguesas, veio também o Tantura, um restaurante idealizado por dois israelitas, a casar inspirações do Norte de África, Médio Oriente e Sul da Europa. Assim para abrir o apetite: tem hummus, shakshuka, um prato de ovos cozinhados num molho de tomate com cebola e pimentos que está cada vez mais na moda, e borrecas, isto é, folhados de espinafres com feta ou de carne picada com cogumelos. Um sítio claramente a visitar de passagem pelo Bairro Alto (Rua do Trombeta, 1).

No mesmo bairro, abriu a Taqueria Patrón, um mexicano de tacos que ocupou o espaço do antigo bar Etílico. Serve guacamole com nachos, tacos de porco, vaca e frango e ainda um prato de bacalhau especial chamado bacalao a la vera cruzana (Rua do Grémio Lusitano, 8)

Baguettes & Cornets
© Francisco Santos

E já que se está em viagem pelo mundo, vale a pena assinalar que nasceu uma nova padaria, pastelaria e gelataria francesa chamada Baguettes & Cornets, dos mesmos donos do restaurante L’Anisette, uns metros ao lado. Dos croissants ao pain au chocolat, do pão de limão ao pain muesli, das baguetes ao pain pouchon, aqui tudo estala quando se trinca e tudo tem sotaque (Rua de São Bento, 78).

Antes de partir para a comida portuguesa, só mais uma novidade internacional: a Zero Zero, que apesar de ser portuguesa na gestão é italiana em tudo o resto, abriu no Parque das Nações. As pizzas feitas com massa trabalhada método poolish, de fermentação longa, conquistaram o centro (tanto que é sempre preciso esperar por mesa) e agora estão também num restaurante bem maior e com uma esplanada virada para o rio (Alameda dos Oceanos, Lote 2.11.01H).

O Bar da Odete
© Arlindo Camacho

Agora vamos a Portugal. No final de Julho, abriu nos Restauradores O Bar da Odete, um bar de vinhos cheio de pinta, extensão do que existe no Time Out Market, que também serve tábuas de queijos e presuntos e uma óptima sandes de presunto e queijo – sublinhe-se o presunto, aqui fatiado como manda o figurino, por um cortador profissional (Rua do Jardim do Regedor, 47B).

Também na Baixa, a histórica Pollux viu renovado o seu café, segredo bem guardado para beber um copo a ver a vista em Lisboa. Miguel Castro e Silva criou um novo Less, com alguns dos pratos que tem no Less homónimo do Príncipe Real, como os tártaros e os risotos, e novidades, como uma salada japonesa ou um hambúrguer com tomate e mozzarella (Rua dos Fanqueiros, 276).

Para a quota de comida saudável, contribuiu este mês o Bowl, já em soft-opening desde meados de Junho, especializado em smoothie bowls. Sim, as coloridas taças de fruta e bebida vegetal, com toppings crocantes e fruta. Há 12 opções diferentes, e é tudo para lá de saudável (Rua Nova do Carvalho, 72).

Para o fim, e porque os últimos são os primeiros, um espaço que vem responder à ideia de que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. O Dear Breakfast acaba de abrir portas em Santos com um menu de pequeno-almoço para todas as horas do dia. Na família dos ovos entram os Benedict, os Roya, os Florentine, os mexidos e por aí fora; estão lá também as (fotogénicas) tostas de abacate e as taças de açaí (Rua das Gaivotas, 17).

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