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Al Garage: de uma garagem para uma casa "veramente" italiana

Escrito por
Catarina Moura
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Pode ser um choque de realidade para alguns, respire fundo: a sardinha não é só portuguesa. “Comemos muita sardinha no sul de Itália, frita, recheada, com massas”, diz Marco Micchia, um italiano que se pode dizer já lisboeta. Está na capital portuguesa há 10 anos e abre agora o segundo restaurante italiano com outros três sócios. Depois do Italy Caffe, no Saldanha, esta sociedade abriu há pouco mais de uma semana o Al Garage, na Rua Castilho, e dedica-o ao peixe italiano. Prepare-se para sentir que sardinha com pasta é "veramente italiano".

Antes uma garagem, agora o italiano Al Garage
©José Fernandes

É um receita clássica da Sicília: spaghetti (que não é massa fresca, tal como o penne e o tagliatelle) com lombos de sardinhas frescas, pinhões, tomate seco, passas e funcho. Marco quer que este prato com muito azeite e salpicado de pão ralado seja um dos fortes da casa – a vitrine cheia de peixe ao fundo do grande salão que antes era uma garagem deixa prever que aqui o peixe tem mesmo lugar de destaque. “Era interessante até ter peixe cru – também comemos muito em Itália – mas aqui as pessoas não pegam. Para peixe cru vão mais ao sushi”, lamenta o italiano.

Spaghetti com sardinha, pinhões, tomate seco e funcho, uma das especialidades da casa
©José Fernandes

A outra especialidade da casa, pelo contrário, é um sucesso até por toda a mise en scène: spaghetti cozinhado dentro de uma roda de parmesão num carrinho que se desloca a cada mesa. Um dos empregados deita a massa com um molho de natas no queijo e envolve-a; emprata-a sobre uma fatia de presunto, junta-lhe uns cogumelos porcini, mói pimenta preta e rega tudo com azeite de trufa branca. “A pasta alla forma (15€) é tradicional do norte de Itália, especialmente do Inverno”, explica Marco que está sempre na sala, a receber e a falar dos ingredientes italianos: aqui apanham-se não só os pratos de massa fresca de raviólis ou as pizzas em forno de lenha, mas também charcutaria variada, da coppa, feita do cachaço do porco, culatello, da parte interior da perna do porco, ou o prosciutto crudo de Parma, naturalmente.

A pasta alla forma é toda uma apresentação dramática junto à mesa
©José Fernandes

Para sobremesa ou só para um café italiano rápido é pedir um canolo, a bolacha enrolada numa forma cilíndrica, recheada com um creme doce de requeijão. Vem tudo pronto da Sicília e cá é só montar e rematar com raspas de chocolate e frutas cristalizadas.

Na cozinha está o pai de Marco, Francesco Macchia a mandar sair pratos para a sala com marcas como a Vespa ou Ferrari escritas nas paredes e onde só se houve falar italiano – “as pessoas querem sentir que estão num sítio genuinamente italiano e assim temos pessoas que sabem falar sobre Itália”, justifica Marco que veio da Calabria para Lisboa à procura de mudar de ares e acabou por gostar mais das pessoas em Lisboa do que da sua própria terra.

Rua Castilho, 63 (Marquês). 21 191 9176. Seg-Dom 11.00-23.00

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