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Bem-vindo à nova Vela Latina de sempre

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Três meses depois de ter fechado para obras, a Vela Latina reabriu. Irreconhecível, sublinhe-se. Não fosse o facto de estar tal e qual no mesmo sítio, de ter mantido a estrutura arquitectónica base e o nome, e podia pensar-se que este era um novo restaurante em Lisboa. Mas não: é um restaurante renovado em Lisboa. A essência de comida portuguesa simples mas com um lado contemporâneo manteve-se, nasceram duas novas esplanadas e, daqui a um par de semanas, nasce o Nikkei, um restaurante de cozinha peruana e japonesa no lugar do antigo bar. Para não se perder nesta nova viagem do clássico de Lisboa, leia os cinco pontos que se seguem.

A renovada sala do Vela Latina
Fotografia: Arlindo Camacho

A equipa. O Vela Latina abriu em 1988 pelas mãos de dois irmãos, Joaquim e António Machaz. Passou de pais para filhos e, recentemente, a sociedade Confraria comprou 50% do restaurante. “A ideia era ter um novo conceito mais ligado ao sushi da Confraria, mas sem apagar a história da Vela Latina”, conta Viviane Leote, da parte Confraria. Acabaram a dar-lhe um lado japonês e peruano no Nikkei, que abrirá em duas semanas, e por fazer um extreme makeover radical a todo o restaurante na decoração e em alguns pormenores da ementa. Assim, para não se perder quando passar a porta de entrada do restaurante: o antigo bar será o Nikkei, que ganhará uma esplanada virada para os Jardins de Belém; a sala principal mantém-se no mesmo sítio, mas ganhou também uma esplanada virada para a Doca do Bom Sucesso; e a sala privada, descansem os seus adeptos, está no mesmo sítio e até tem uma lareira (pode levar até 18 pessoas).

A decoração. Se o antigo espaço tinha madeiras por todo o lado, numa onda muito ligada aos barcos, a nova versão vem numa linha mais colonial. “É tipo Arca de Noé. A selva entrou pelo barco dentro”, brinca Salvador Machaz, que herdou o restaurante do pai. É que além das cores da paredes, num verde azulado forte, há quadros com cabeças de animais pendurados nas paredes, candeeiros estilo (lá está) colonial e várias plantas espalhadas pelas salas, a dar ainda mais vida ao espaço. Trabalho elaborado por? Viviane Leote, que também decorou os seus outros restaurantes.

A parte semiexterior, com a esplanada lá fora
Fotografia: Arlindo Camacho

O chef. Por mais novidades que cheguem, há uma coisa que se mantém: a cozinha do chef Benjamim Vilaça, à frente da casa desde o início. “Mudámos muito a casa, mas a carta continua quase igual”, explica Viviane. “Sempre nos disseram que a Vela Latina era um porto seguro em termos de gastronomia”, acrescenta Salvador Machaz. E já se sabe que em equipa que ganha não se mexe. Por isso, quem lá vai à procura dos filetes de pescada com risotto de alcachofras (22,50€), dos fígados de aves em tarte de maçã (19,50€) ou do arroz de coentros e lagosta (37€), não vai sair desiludido. “Agora há mais alguns pratos para dividir, os preços estão mais democratizados e alguns pratos que eram sugestões do dia, como o bacalhau à Brás, entraram para a carta principal”, diz Viviane. Assim, é possível comer uma ventresca de atum em salada (11€), umas ostras frescas (12,50€/6 unidades) ou um camarão al ajillo e coentros (11,50€) de entradas; seguir para o bacalhau com migas de pão de milho (22€) ou o tournedó com arroz oriental (23,50€); e acabar com uma tarte de maçã com gelado de baunilha (7,50€, para partilhar) ou umas farófias (5,50€).

Arroz de coentros e lagosta
Fotografia: Arlindo Camacho

O ambiente. Além da mudança de visual, o objectivo desta operação à Vela Latina foi também o de lhe trazer mais vida nocturna. “Investimos numa zona de bar, com novos cocktails e bebidas”, conta Viviane, enquanto pede um mojito sem álcool. Claro que também existe a versão convencional, assim como pisco sours e outras bebidas. De quinta a sábado, ao jantar, vão ter DJs e a ideia é que as pessoas cheguem, decidam se querem jantar na Vela Latina ou no Nikkei e depois se voltem a encontrar para um copo. “Lisboa precisava de um sítio assim, com mais ambiente, mas sem trânsito e confusão”, defende Salvador. Até porque espaço não falta.

Pisco sour
Fotografia: Arlindo Camacho

O Nikkei. É “a” novidade da Vela Latina, um restaurante independente, de cozinha japonesa e peruana, que vai funcionar na zona do antigo bar, e que abre portas dentro de 15 dias, mais dia, menos dia. A sociedade Confraria já tem o Waka, no centro de Cascais, com uma mistura destas duas cozinhas, e aqui andará à volta do mesmo conceito. “Temos dois chefs peruanos que vão fazer várias receitas, tanto de pratos frios, como de ribs, udons…”, explica Viviane, enquanto aponta para as vitrines, por enquanto ainda vazias, da sala do Nikkei. “Ali vai ser a esplanada. À noite fica lindo, com a Torre de Belém e as árvores todas iluminadas.” Não temos dúvidas que assim seja.

O futuro Nikkei
Fotografia: Arlindo Camacho

Doca do Bom Sucesso, Belém. 21 301 7118. Seg-Dom 12.00-15.30/ 19.30-23.00 (cozinha), Sex e Sábado aberto até às 02.00.

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