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É In-Certo mas cumpriu e trouxe os pintxos espanhois para Lisboa

Escrito por
Catarina Moura
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Pão com conduto e um palito a manter tudo no sítio. “É a coisa mais tradicional do mundo”, resume Mateus Prieto, dono do In-Certo, um canto pequenino no edifício do antigo Mercado do Arco do Cego, hoje ocupado quase totalmente pelo restaurante Mesa do Bairro. Em bom rigor, esta maneira de comer é tradicional do Norte de Espanha: é impossível passar uns dias no eixo San Sebastian-Bilbau-Santander sem ser apanhado na necessidade de comer um pintxo: uma fatia de pão encimada por um preparado simples, por um queijo ou enchido. Tudo vendido em bares com o seu quê de taberna, em travessas em cima do balcão, mesmo nas barbas do cliente.

O pintxo de ovo cozido e caviar
@Manuel Manso

No entanto, neste pequeno espaço aberto em Julho não há nada de taberneiro, de escuro ou de antigo. O chão imita azulejos, as mesas são de madeira clara, e os pratos das Cerâmicas da Linha diferentes uns dos outros. Há cadeiras com animais pintados e, pode parecer clichê, há um flamingo. Um ambiente leve para atrair quem não está familiarizado com o conceito de pintxos – a maioria dos alfacinhas.

O pintxo de salmão fumado
©Manuel Manso

“Algumas pessoas chegam aqui e já viajaram para Bilbau ou San Sebastian, sabem e pedem, mas em geral o conceito não está muito consolidado”, explica Mateus, que esteve a fazer um curso intensivo dedicado a pintxos e tapas em San Sebastian. Enquanto ia à escola aproveitava para correr tudo o que era bares onde se picava qualquer coisa e agora faz ele mesmo os pintxos, com a ajuda de Mila para outros pratos como saladas, os pratos do dia (entre 6 e 6,50€) ou o carpaccio de novilho (7,50€).

Todos os dias há pelos menos quatro variedades destes petiscos com pão de baguete ao fundo, cada um a 1,50€. O nome da casa vem da incerteza do dono e cozinheiro em relação ao que pôr em cima do pão: a ideia é que não haja sempre os mesmos pintxos, que haja espaço para novas receitas. Para já Mateus sabe que o salmão fumado e queijo-creme não pode sair do balcão — aliás, da vitrine, que ao contrário do que se faz por Espanha, Mateus não gosta da proximidade entre pintxos e cliente. O de salmão é um clássico espanhol a que este português juntou um molho agridoce. Há ainda o de queijo com cebola roxa caramelizada (pode ser queijo de Nisa ou o Manchego), o de ovo cozido com caviar, camarão com ovo de codorniz ou pasta de atum com queijo parmesão. Tudo isto em baguete portuguesa que, garante, é bem melhor que a espanhola.

O pintxo de presunto e cogumelos
@Manuel Manso

Ao lado da vitrina com as tapas muito bem arranjadas há empadas, chamuças, rissóis e croquetes, e por baixo há croissants, que o In-Certo abre às 08.00 e começa logo a vender pequenos-almoços.

À entrada, virada para o edifício do Culturgest, há uma pequena esplanada que consegue ter mais lugares que o interior, mas não há o que temer no caso de estar cheio: isto é comida para ser tratada de pé, ao balcão, sem perder muito tempo e com muita gente na rua, ao final da tarde, com um copo de vinho da Adega de Benfica do Ribatejo na mão e umas tábuas recheadas na outra.

Antigo Mercado do Arco do Cego, Rua Reis Gomes (Areeiro). 21 847 3956. Seg-Sáb 08.00-20.00.

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