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O Armazém das Malhas não parou nos anos 40, não é só malhas e tem novas linhas numa nova loja. Falámos com os netos do fundador.
Tiago e Tomás Marques não têm qualquer tipo de formação em moda mas aprenderam tudo sobre malhas, da lã ao algodão e caxemira, com o avô, o fundador do Armazém das Malhas. A casa começou por ser um espaço de revenda, com fama nos anos 40, até que Tiago desistiu do mundo da banca e se dedicou ao negócio de família, transformando este armazém numa marca à séria, que projecta outras pequenas marcas portuguesas e artistas emergentes e é pelo comércio justo. O irmão, Tomás, juntou-se à aventura e abriram no início do mês a segunda loja, ao pé do Campo Mártires da Pátria.
“Não desvirtuámos o negócio, demos-lhe um twist, modernizamos um bocadinho os pullovers que os nossos avós usavam, por exemplo. Agora dão para três gerações”, explica Tiago, que nas férias de Verão vinha sempre do Algarve para o armazém do avô. Os dois irmãos aprenderam, por exemplo, que se puserem muita lã nas camisolas elas fazem muito borboto, com caxemira fica mais suave. “Temos o know how dos antigos mas queremos que as peças agradem aos mais novos também”, corrobora Tomás.
A nova loja mostra, precisamente, a convivência feliz entre o antigo, tradicional e clássico e o lado mais moderno: há um daqueles telefones antigos numa prateleira, baús em pele, um mostrador pendurado com as várias malhas disponíveis e um sinal em néon que nos leva ao piso de cima. Os expositores são todos em madeira de troncos de árvore, há mantas da Serra da Estrela e uma marca de calçado em pele, tudo feito à mão. Além de camisolas, há cardigans e gilets, normalmente para homem e mulher, respectivamente, mas aqui a maioria das peças são unisexo.
E é preciso desmistificar esta questão das malhas. Apesar do nome, a tender para a sazonalidade, o Armazém das Malhas tem uma data de peças em linho ou algodão. Já vão na terceira colecção de t-shirts com ilustradores e artistas emergentes portugueses – esta última, disponível na nova loja, tem desenhos de Daniel Alfacinha e de Susana Amaral.
Rua de Santo António dos Capuchos, 2C (Campo Mártires da Pátria). 21 814 5034. Seg-Sex 10.00-13.00/15.00-19.00, Sáb 10.00-13.00.
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