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Há uma nova forma de visitar a Gulbenkian

Escrito por
Catarina Moura
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Duas grandes exposições anuais – uma de Verão (com entrada gratuita), outra de Inverno – quatro exposições por ano numa nova plataforma, o Espaço Projecto, as mostras das Conversas e uma exposição de arte moderna permanente: "Colecção Moderna – Portugal em Flagrante". Este é o novo modelo de programação da Fundação Calouste Gulbenkian criado pela directora Penelope Curtis e que inaugura esta sexta-feira. A Gulbenkian passa assim a ter dois grandes pólos permanentes: "A Coleção do Fundador" e a Moderna, que substitui o anterior CAM – Centro de Arte Moderna.

A exposição da "Colecção Moderna" quer traçar uma história das práticas artísticas em Portugal a partir do século XX, desde as caricaturas da Primeira República à influencia de artistas estrangeiros por volta dos anos 60. São 340 obras – incluindo instalações e outros suportes tridimensionais – com núcleos dedicados às obras em papel, à escultura e à pintura, reunindo-se 160 artistas, de Paula Rego a David Hockney, com grande foco em portugueses como Pedro Cabrita Reis, Júlio Pomar ou José Pedro Croft, em relação com artistas mais jovens que repensam as influências deste passado recente.

Expect Resistance, de Támas Kaszás
©Carlos Azevedo, Museu Calousten Gulbenkian

No Espaço Projecto, que quer dar voz à experimentação de artistas mais jovens e dar espaço à criação de novas obras ou evolução de outras antigas, a programação começa com o húngaro Támas Kaszás a pensar sobre o tema "Alegria e Sobrevivência" (até 15 de Maio) – a forma como uma vida sustentável de permanente reciclagem pode trazer felicidade e religar uma comunidade a uma floresta. A arte transforma-se assim num meio para uma vida "simples e feliz".

Na plataforma Conversas, Manuela Marques e o Palácio de Versailles entram em diálogo na exposição de fotografia "A face Escondida do Sol" (até 22 de Maio). Quando as portas do Palácio fechavam, a vencedora do Prémio BES Photo 2011 passeava pelo edifício e pelos jardins. O resultado tem os esperados detalhes em talha dourada, mas também graffiti e todo o lado contemporâneo do monumento.

Para a experiência completa, não esquecer os jardins, que não sendo novos vão estar de cara fresca com a chegada da Primavera, e a cafetaria do museu, que está agora a ser dirigida pelo chef Miguel Castro e Silva, com os seus pratos de sempre e outros de agora.

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