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Iniciação à cerveja artesanal – O Manual

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Qual é a diferença (ou diferenças) entre a cerveja artesanal e, digamos, uma Super Bock?

Não há uma resposta fácil e sucinta para essa pergunta, mas as diferenças são óbvias. A começar pelo sabor, os ingredientes usados e a variedade de propostas, passando pelo cariz menos comercial e, digamos, mais experimental. Os mais dados à poesia, porém, dirão que são cervejas feitas por pessoas e para pessoas. Mais fácil, e menos romântico, é dizer que são elaboradas por meios tradicionais, de forma independente e em quantidades relativamente pequenas.

Os ingredientes são os mesmos?

Embora a qualidade dos ingredientes usados varie de caso para caso, em princípio a base é a mesma: a água, que é 95% da cerveja, o malte e as leveduras para a fermentação, e o lúpulo, que confere amargor, aroma e contribui para a preservação. Claro que algumas têm outros elementos, como fruta ou ervas, até sal.

Ouvi dizer que não levam nem corantes nem conservantes. Estragam-se rápido?

Não. As bebidas alcoólicas aguentam muito tempo sem se estragar. E a grande maioria das cervejas artesanais pode ser bebida depois de ultrapassado o prazo de validade. No entanto, depois dessa data, os cervejeiros não garantem que o sabor e o aroma seja o pretendido – o sabor e o aroma, de resto, vão mudando ao longo da vida da cerveja na garrafa, muito antes de ultrapassado o prazo.

Onde e quando é que isto começou?

Outra pergunta difícil. Os monges trapistas europeus, por exemplo, fazem cervejas “artesanais” há séculos. Mas não é a isso que hoje nos referimos quando falamos de cerveja artesanal. As origens deste movimento remontam ao final da década de 70, nos Estados Unidos e Reino Unido. Em Portugal, o fenómeno ainda é relativamente recente. 

Dizem que as artesanais batem mais. É verdade?

Sim e não. Há cervejas artesanais com menos álcool do que uma Sagres ou uma Super Bock, mas é verdade que a maior parte tem um volume mais elevado. Tudo depende do tipo de cerveja. 

Mas existem assim tantos tipos de cerveja artesanal?

Nem dá para contar. Não são, porém, tipos de cerveja artesanal. São tipos de cerveja, ponto. Apesar das grandes cervejeiras portuguesas durante anos terem produzido apenas uma ou duas variedades, produzem-se inúmeros outros estilos de cerveja em todo o mundo, há séculos. Das pilsners às India pale ales e das stouts às witbiers, passando por sours, saisons e inúmeros outros estilos. O melhor deste boom da cerveja artesanal é precisamente alertar os consumidores para toda esta variedade.

Como é que sei o que escolher?

A melhor maneira de descobrir do que se gosta é experimentando novas cervejas. Boa parte dos bares deixa experimentar os vários exemplares disponíveis à pressão, antes de pagar. Além disso, os empregados podem aconselhá-lo de acordo com o seu perfil e preferências. E, para os mais tímidos, há sites como o RateBeer, cujos utilizadores fazem pequenas críticas das cervejas que vão provando, e até uma rede social cervejeira, a Untappd, onde o poderão aconselhar.

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