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Jimmy Kimmel: mestre nas cerimónias

Escrito por
Miguel Branco
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Donald Trump, Matt Damon, Meryl Streep, Denzel Washington e até um grupo de turistas foram alvos do humor do apresentador. Quase tudo correu bem

Muito se especulou sobre a capacidade de Jimmy Kimmel para fazer da noite dos Óscares um autêntico fartote. E especulou-se lindamente: o homem esteve, como se aguardava, à altura do desafio. Numa mistura entre ousadia e desenrascanço (qualquer humorista sabe que não convém escavar demasiado fundo), Kimmel e o seu monólogo com enredo trumpiano (ou trumpesco, se preferir) foi um brilharete.

Um dos primeiros momentos entre a gargalhada e o ui-esta-foi-forte deu-se quando o norte-americano disse: “Talvez isto não seja a coisa mais popular de se dizer, mas quero agradecer ao Presidente Trump. Lembram-se da cerimónia do ano passado, quando parecia que os Óscares eram racistas? Isso acabou. Graças a ele”. A referência directa ao sururu de 2016 embelezado no #oscarssowhite foi o primeiro golo de Kimmel. Que, sobre esse tópico viria ainda a dizer outra bela piada: “Tem sido um ano incrível para os filmes. Os negros salvaram a NASA e os brancos salvaram o jazz”.

Depois atirou-se a Matt Damon, actor com o qual tem uma (falsa) rivalidade. Algo que começou na terceira série de Jimmy Kimmel Live!, quando o apresentador acabou um programa no exacto momento em que o actor se sentou na cadeira. Desde esse momento que há uma troca de galhardetes entre um e outro. Se há 11 anos que é assim, não ia ser diferente na noite dos Óscares: “Conheço o Matt há muito tempo. Quando o conheci, eu era o gordo, ok?”. Algo que viria a ter mais episódios durante a cerimónia, ao ponto de Matt Damon ter pregado uma pequena rasteira a Kimmel enquanto este se dirigia ao palco.

Mais à frente, o clássico. Todos os eventos desta natureza têm sempre um clássico, aquilo que se pode apelidar de momento Meryl Streep. “Estamos aqui esta noite para honrar grandes actores, mas também para congratular os actores que parecem bons, mas que na verdade não são. Uma em particular, passou o exame do tempo para todas as muitas pouco inspiradas e sobrevalorizadas performances”, disse, referindo-se a Meryl Streep, que já se encolhia numa das cadeiras da primeira fila. “Esta é a 20ª nomeação para a Meryl. Talvez esta seja ainda mais fantástica considerando o facto de ela não estar em nenhum filme este ano, nós só escrevemos o nome dela por hábito.” A que se seguiu um enorme aplauso à lendária actriz.

Mas o melhor estava para vir. E não, não falamos do erro crasso do envelope onde devia vir inscrito Moonlight, mas afinal estava escrito Emma Stone (dessa Kimmel está livre de culpas, até porque se pensarmos em Emma Stone como um filme está ganho). Falamos antes de um dos melhores momentos que os Óscares já viram. Um grupo de turistas que estava a visitar Hollywood num autocarro e que, de repente, é atirado para a cerimónia sem ter conhecimento que isso iria acontecer. O povo perante a nobreza, portanto. Um casal de negros, que estão noivos, viria mesmo a receber a bênção com que sempre sonharam. Às tantas, Kimmel pergunta à mulher: “Quem é o seu actor preferido?”. A noiva aponta para Denzel Washington, que prontamente se levanta e os declara marido e mulher. “É o Denzel, portanto isto é legal”, afirma Kimmel. Já sabe, se está a pensar casar, marque viagem para Los Angeles em Fevereiro de 2018.

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