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Lisboa já cheira a castanhas

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
Jornalista
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Já há fumo (mais ou menos branco), que é como que diz já há vendedores de castanhas espalhados pela cidade. O sol pode ir de férias (por favor) para comermos castanhas quentinhas como manda a tradição. Eis algumas curiosidades sobre o petisco mais adorado do Outono. 

1 - O Verão tardou a ir-se embora este ano, mas parece que a normalidade está à porta. Fernanda, a vendedora de castanhas junto ao elevador da Glória, só pegou ao serviço esta terça-feira e confessa que a venda tem andado fraca por causa da força do calor. O negócio melhora quando chegam os dias de nevoeiro: como o fumo fica mais rasteiro, as pessoas sentem melhor o irresistível cheiro das castanhas assadas.

2 - Existem quatro zonas de produção de castanha em Portugal com denominação de origem protegida e em cada uma delas encontramos dezenas de variedades. As variedades melhor adaptadas para os assadores de rua são a Judia (distritos de Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda) e a Lamela (distrito de Bragança). Mas segundo Fernanda, a castanha mais docinha e que se encontra de melhor saúde este ano é a Martainha, da zona de Viseu.

3 - Acha que as castanhas de rua são caras? Acha bem. Uma dúzia de castanhas, com casca, custa entre 2€ e 2,5€ no centro de Lisboa. Nas superfícies comerciais compra um quilo para o assador lá de casa por cerca de 5€, o que equivale a 60/80 castanhas. Mas não é a mesma coisa. De qualquer forma, não vale a pena procurar um vendedor de castanhas low cost: apesar de não haver nenhuma regra escrita que tabele os preços dos vendedores ambulantes, a regra geral é que os preços praticados são os mesmos na cidade inteira. O que pode acontecer é uma ligeira inflacção para um turista ou outro.

4 - Não há um horário pré-definido para a venda de castanhas, mas quando o sol de Outono dá ares da sua graça, o difícil é não encontrar um vendedor de castanhas nas zonas nobres da cidade.

5 - Em 2008 a ASAE acabou com a utilização das listas telefónicas para embrulhar castanhas. O típico cartuxo não morreu, mas não pode ter nada impresso. Os vendedores estão autorizados a usar folhas brancas de papel, como manda a lei, ou os saquinhos mais modernos com dois compartimentos: um para as castanhas e outro para as cascas.

6 - A castanha é também conhecida como o ouro do nordeste (o transmonstano), mas este ano a produção sofreu alguns percalços. A Associação de Produtores de Castanha Transbaceiro (Bragança) pediu esta semana ajuda ao Governo para a ajudar a resolver a actual situação de “calamidade” que a seca extrema na região gerou. É que quando há pouca humidade, a castanha ao cair tem de ser logo apanhada para não ficar seca.

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