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Ao segundo dia a ModaLisboa andou a passear entre a Garagem Sul do Centro Cultural de Belém e o Museu Berardo, teve duas estreias e muito público. E a esta altura do campeonato já podemos dizer que o próximo Inverno vai ter aconchegos à altura: dos mais experimentalistas e minimalistas aos cobertores de papa sempre quentes, estes são os nossos preferidos do segundo dia da 48.ª edição.
O colectivo AwayToMars é tudo menos tradicional. Organizam campanhas e qualquer um se pode chegar à frente com uma ideia e, se for mesmo boa, é seleccionada por uma comunidade para a prototipagem. Basicamente mostra que qualquer pessoa pode ser designer de moda. Daí que trocarem o tradicional desfile por uma instalação não seja grande surpresa. Desta vez resolveram dar trabalho aos senhores da limpeza — mas ainda bem. Os modelos apareceram parados em cima de paletes de madeira e a passerelle transformou-se num atelier ao ar vivo, com 12 artistas a pintar as suas telas (os modelos, homens e mulheres, vestidos com peças em branco) ao vivo. Pinceladas para cá e para lá resultaram em peças com padrões muito diferentes mas originais.
Numa sala mais estreita, Ricardo Andrez voltou a fazer o que sabe melhor: peças andróginas de estilo desportivo. Tapou a cabeça a uns, calçou luvas altas a outros, sempre com peças oversized. A colecção chama-se Venus as a boy. Apropriado.
Pela primeira vez numa edição da ModaLisboa houve desfile de sapatos. A marca eleita, a Eureka, soube aproveitar a oportunidade tanto no styling (os impermeáveis da marca portuguesa Caiágua deixaram os sapatos brilhar) como nos modelos escolhidos. O nosso destaque são estes com pelúcia colorida. Há lá conforto maior para o Inverno.
De novo no Museu Berardo, Lidija Kolovrat viajou à América do Sul para mostrar abrigos de Inverno que misturaram lã, desenhos e bordados. O nosso único conselho é que não siga o exemplo dos modelos e calce, mais que não seja, umas meias. De realçar ainda a presença especial do músico Filipe Catto no desfile.
Filipe Faísca diz que gosta de mulheres multifacetadas. Vai daí vestiu-as com sedas e rendas mas, num instante, aconchegou-as com os conhecidos cobertores de papa portugueses. Foi um Caleidoscópio com tempo para brilhos e palas na cabeça.
A noite terminou com um mergulho profundo no mar. Luís Carvalho foi de cabeça e trouxe as cores das águas escuras e dos animais marinhos para casacos com aplicações de pérolas negras, vestidos num verde profundo estruturados e outros num azul esvoaçante. Desta vez não houve música ao vivo nem bola de espelhos mas houve transparências e muitos brilhos e uma grande ovação no fim — a primeira desta edição.
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