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Não é segredo que os fãs da música pesada adoram caves e espaços exclusivos a meia luz. Mas desses há cada vez menos. Descemos os três degraus do Cave, a nova meca do rock no Bairro, numa tarde de sexta-feira, e fizemos de conta que já era de noite.
A esquina da Rua da Rosa com a Travessa da Água da Flor mudou. Outra vez. No espaço que abre portas para as duas artérias do Bairro Alto já funcionou o Catacumbas, o BIBO Bar e, mais recentemente, o Panóplia. Um espaço maldito que se calhar estava mesmo a pedir esta cave que se define como “um bastião para boémios e simpatizantes de música pesada e não conformista”, que “veio para lutar contra as canções gerais e efémeras que devastaram Lisboa”.
Mas aqui o objectivo não é bem abanar o capacete. O Cave não tem pista de dança, mas sim cerca de 90 lugares para sentar, espalhados por dois espaços, um deles com sofás e decibéis controlados graças a uma pequena coluna que emite volume ajustado a quem quer conversar. O outro tem mesas, cadeiras e uma máquina de pinball da série The Walking Dead.
Abriu a 1 de Setembro, mas já foi alvo de uma polémica. Logo nos primeiros dias circularam pelas redes sociais comentários que associavam a Cave ao movimento neonazi. Uma das queixas chegou ao GTP (Grupo Transexual Portugal): “Este fim-de-semana, na noite da inauguração do local, chamado Cave, já se verificaram ameaças a casais gays que passavam”. A defesa do bar chegou pouco tempo depois: “Vocês são todos normais independentemente do sexo, gostos, raças, religiões ou marca de roupa! São todos bem-vindos!”, lê-se num comunicado do Facebook.
O dono do espaço é Gonçalo Neves, também sócio do bar Crow Bar (Cascais) e principal responsável pela decoração do Cave. Vemos elmos, correntes a sair do tecto, caveiras, máscaras étnicas e até pinturas a óleo de Daniela Guerreiro (para explorar em @danielaguerreiro_), só para dar um exemplo da arte que se vai espalhando pelas paredes negras.
A imperial custa 1€, há cocktaiks, vinho quente com especiarias e, para comer, aperitivos, saladas e pizzas.
Rua da Rosa, 154 (Bairro Alto). 21 581 7556. Dom-Qui 17.30-02.00, Sex e Sáb 17.30-03.00.