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No novo restaurante da chef Justa Nobre come-se À Justa

Escrito por
Catarina Moura
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O novo restaurante da chef Justa Nobre abriu esta segunda-feira ao público na Calçada da Ajuda. Chama-se À Justa, tem Gonçalo Moreno na cozinha e os melhores pratos de sempre da chef no cardápio. E a comida não é à justa, o espaço é que é pequeno.

"'À Justa' podia querer dizer muita coisa”, explica uma senhora parada à porta do 107 da Calçada da Ajuda. Podia querer dizer que o sítio é mesmo à conta, que é apertado, continua, “mas quando vi aqui a ‘Justa’ por alguma razão associei a si”, termina, a falar para Justa Nobre. A chef Justa Nobre está de volta ao bairro de que tanto gosta e onde fundou a marca Nobre, com o marido, José Nobre. O restaurante com o apelido da família fica-se agora pelo Campo Pequeno e pelo Casino Estoril, enquanto a Ajuda recebe esta transmontana que não vai servir ninguém à justa. “À Justa é mão farta”, garante.

A comida de Justa Nobre explica-se rapidamente: “Tempero e dedicação. E cozinhar com amor, tem de gostar-se mesmo de fazer cozinha portuguesa – quero que continuemos a ter essencialmente cozinha portuguesa. Toda a vida tive pratos da minha autoria mas baseados na cozinha portuguesa”, resume a chef dentro do restaurante À Justa, a deixar claro que aqui não será diferente: vai ser à maneira da Justa.

Atum marinado com salada de agriões
© Manuel Manso

É neste restaurante que Justa vai passar mais tempo, mas não vai estar sozinha na cozinha. Esteve com Gonçalo Moreno cinco meses no Nobre do Campo Pequeno a ver que “ele sabia temperar” e pô-lo a chefiar a cozinha da Ajuda, com André Santos ao lado, em modo subchefe. Há pratos em que a dupla meteu o dedo com confiança como o magret de pato com os tradicionais cuscos de Vinhais  alguns pormenores transmontanos não podem largar os restaurantes da chef  (22,80€) ou o filete de pregado crocante, com arroz carolino cremoso de curgete e manjericão roxo (26,80€).

Se até aqui não se via a mão de Justa Nobre, o melhor é recuar para a entrada do cardápio: uma espécie de best of dos últimos anos de Justa Nobre, com pratos como a sopa de santola, servida como sempre numa carapaça do bicho sobre um prato de sal grosso (11,80€), o lombo de robalo selvagem à Justa (32,80€), o caril de caranguejo real do Alasca com manga verde (44,80€) ou a transmontana perninha de cabrito assada (32,80€).

Magret de pato com cuscos de Vinhais
©Manuel Manso

“Novidade é uma palavra muito delicada, toda a gente anda à procura dela e ninguém a consegue encontrar, está tudo inventado. Aquilo que nós valorizamos são produtos de qualidade, basicamente boa comida”, diz Gonçalo, que tem dificuldade em dizer que foi autor de alguma coisa neste espaço pequeno de 36 lugares forrado a azulejos inspirados nas fachadas do bairro.

Há dez anos que Justa Nobre andava de volta desta loja para ser a sua casa nova. Nos anos 90, vinha aqui comprar qualquer coisa que faltava de repente no restaurante que tinha na Rua das Mercês, mesmo atrás da Calçada. Era a mercearia do Senhor Miguel e da Dona Maria, depois foi um restaurante que fechou e se manteve assim durante dez anos. “Sempre tive uma fixação pelo bairro da Ajuda, não sei porquê. Fui aqui muito feliz, gosto do bairro, as pessoas do bairro metem-se comigo e eu com elas.”

Tarte de limão quebrada
©Manuel Manso

O pequeno restaurante, como a chef queria para ter menos pessoal e estar mais próxima de toda a gente, está aberto ao público desde segunda-feira e já tem reservas a lotarem o espaço para algumas das próximas refeições. Não será de estranhar que sejam os clientes de sempre, que seguem a “comida boa, portuguesa” e a “mão farta” de Justa há décadas.

Calçada da Ajuda, 107. 21 363 0993. Seg-Sex 12.15-15.00/ 19.15-23.00, Sáb 19.15-23.00.

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