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Ricardo Benedito já estava um bocado farto de trabalhar com vista para o Castelo, diz a brincar, em frente a uma vista desafogada para o Padrão dos Descobrimentos, a Ponte 25 de Abril e Porto Brandão. Refere-se ao TOPO do Martim Moniz, onde chefia a cozinha do bar/restaurante e da mais recente sala oriental (assim como faz com a cozinha do TOPO Chiado). Agora vai dividir-se entre estas cozinhas e a do TOPO Belém, o mais recente da marca e que habita há duas semanas a antiga cafetaria do Centro Cultural de Belém (CCB) com uma carta dedicada à comida portuguesa e alguns cocktails criados para o espaço. O resultado é o espaço mais formal de todos os TOPO e o primeiro que não se foca no bar mas na mesa.
Os cinco sócios dos TOPO chegaram a este espaço através de concurso público, para mudar completamente o lugar que servia essencialmente os funcionários do CCB com tabuleiros e self-service. “Ainda há pessoas que entram aqui e perguntam onde estão os tabuleiros”, conta Ricardo. Isso acabou tudo, para transformar o restaurante de decoração clássica e um pouco mais formal do que à partida se esperaria de um TOPO, com uns toques de design como os candeeiros suspensos sobre as mesas, ou as cadeiras altas alinhadas a um balcão no centro da sala. Este balcão é afinal um grande buraco que dá vista para o piso inferior do CCB, onde está o café também explorado por esta gerência, embora não tenha a marca TOPO. Serve apenas tostas, saladas, pratos do dia e alguma pastelaria.
Neste terceiro piso, o TOPO Belém quer responder ao caderno de encargos a que está obrigado com uma cozinha portuguesa que aposta em bons produtos e numa carta de vinhos pensada, explica Ricardo Benedito, que quis tornar mais cuidados pratos da cozinha tradicional portuguesa como o bacalhau à Brás, que aqui é servido com o ovo a envolver a cebolada e batata e com as lascas de bacalhau e azeitona desidratada por cima (16€) – a ideia é que seja o cliente a envolver tudo quando chega à mesa. O arroz de javali também deve levar uma volta na mesa pelo cliente – vem com cogumelos e castanhas piladas no topo (18€).
A carta completa-se ainda com algumas entradas, como os peixinhos da terra – uma brincadeira com os peixinhos da horta em que a tempura é de cogumelos (6€) – e com petiscos como o pastel de bacalhau servido com um molho de arroz de feijão, o arroz passado e servido como um dip (5€).
A acompanhar tudo isto há uma carta de cocktails originais inspirados nos cinco continentes: o Obi Wan com gin, sumo de pepino e wasabi para a Ásia (9€), o Star Berry Fennel com gin, morangos e funcho para a Oceania (10€) ou o Dead Men Tell no Tales, com Havana 7, Grand Marnier, sumo de toranja e de lima para a América (9€).
Centro Cultural de Belém. 21 301 0524. Dom-Qui 12.00-00.00, Sex-Sáb 12.00-02.00