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A CNN já picou o ponto e logo a seguir foi a vez do The Guardian dizer que Lisboa é o sítio para estar. Na corrida ao elogio a Lisboa, o mais recente foi o suplemento de viagens do El País, "El Viajero", que mostrou aos espanhóis quais as dez novidades da cidade no último ano, apontando também para algumas coisas que vão acontecer nos próximos meses.
Estes vizinhos não embarcam nesta história de a Europa estar a descobrir Lisboa, até porque começam por lembrar que as sete colinas e o Tejo já cá estão ainda Cristo não andava na Terra. Falam sim senhor da calçada e da tal luz lisboeta, mas reconhecem que não é fácil manter o equilíbrio entre a crescente valorização turística e o dia-a-dia de quem vive na cidade. “Em três anos, o valor das casas aumentou 49%, há 31 hostels em construção” e “desde 2014, Lisboa é a capital europeia que mais cresce em turismo”, escreve o jornal espanhol.
Entre todas as remodelações que a cidade está a viver, com nota especial para o calçadão cada vez maior à beira-Tejo – qualquer dia dá para ir de Vila Franca de Xira a Cascais, escrevem – há dez coisas que vão surpreender os que não fazem aquela tão tradicional viagem de carro Madrid-Lisboa há mais de um ano.
O miradouro Amoreiras 360º Panoramic View é a primeira novidade e “imprescindível” ao dar uma visão com 360 graus sobre a cidade desde Abril de 2016, por cinco euros. “El MAAT”, se não vem em primeiro, tem de vir em segundo. O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia é o novo postal da cidade e do rio e aparece em cada artigo sobre a Lisboa a ser descoberta pelos turistas. Se não se fica pelas vistas deste miradouro contemporâneo, entre para ver "O Que Eu Sou" e "Utopia/Distopia", as exposições agora patentes. Há ainda outro museu que merece destaque pelo El País: no Museu do Dinheiro conhece-se a história do dinheiro em Portugal e lança-se uma moeda virtual ao poço dos desejos virtual, dizem eles; nós acrescentamos que pode conhecer a personagem de Francisco d’Holanda na mais recente mostra. Caidinhos pelos museus e a arte portuguesa, não esquecem a homenagem à obra de Almada Negreiros, “pouco conhecido fora de Portugal e Espanha”, que termina em Junho, na Gulbenkian.
Nem só de arte e boas vistas vive o turista, os espanhóis não se esquecem das novas estrelas Michelin que Lisboa ganhou em 2016, duas delas para restaurantes caloiros na cidade: o Loco, de Alexandre Silva, vencedor da estrela oito meses depois da abertura e o Alma, de Henrique Sá Pessoa, que reabriu no final de 2015.
A apontar para o futuro, o turista que ande de olho no Museu de Art Déco, que abrirá em breve na Alcântara, mesmo na sombra da Ponte 25 de Abril, com peças da colecção Berardo, e ao nível do “a pé é que se conhece a cidade”, no Campo das Cebolas, que no fim das obras será um grande passeio sem carros. O terminal de Santa Apolónia é um dos pontos de destaque, já que a partir de Maio promete receber condignamente os cruzeiros que ali atracam.
Para terminar, num pano de novidades tão boas, caiu a nódoa, pelo menos para os utilizadores assíduos do metro lisboeta: o Web Summit é destacado pela capacidade que a cidade mostrou para receber dezenas de milhares de pessoas num ambiente “jovem, moderno e alegre”. Este ano acontece de 6 e 9 de Novembro e cá estamos para dar o peito às balas. Reconhecemos a necessidade de algumas listas terem aquele número redondinho, mas para fazer uma lista de dez coisas boas e novas em Lisboa, tinham mesmo de recorrer a esta?