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E num instante tudo mudou. 140 milhões de pessoas (mais ou menos 2% da população mundial) desapareceram, literalmente, a 14 de Outubro de 2011. Num momento estavam na sua vida, a tomar o pequeno-almoço, a fazer sexo, a pilotar aviões, e no seguinte, puff, desvaneceram-se. E o mundo que existia até então desapareceu juntamente com eles – agora sim, num sentido figurado. É esta a premissa inicial de The Leftovers, criada por Damon Lindelof, também de Lost, e Tom Perrotta, o escritor do livro que a série adapta. A terceira e última temporada começa na madrugada de domingo para segunda.
Ao longo das duas temporadas iniciais (principalmente na primeira) o desaparecimento surgia em segundo plano. O que importava nesta história sobre a perda e o trauma eram as pessoas. (Não é por acaso que a série se chama The Leftovers e não The Vanishing ou coisa que valha.) Tudo indica, porém, que isto vai mudar pelo menos ligeiramente nesta terceira e última temporada. As pessoas continuam a ser o mais importante, mas o escopo vai abrir-se: uma parte da acção decorre na Austrália, que se pode ou não revelar um lugar importante para perceber o que aconteceu em 2011, e tudo indica que o peso narrativo do sobrenatural, do inexplicável, vai ser exacerbado.
De outra série poderia esperar-se o pior, mas The Leftovers mostrou em mais do que uma ocasião que merece a nossa confiança. Que mais não seja porque Damon Lindelof e Tom Perrotta sabem o que querem e o que estão a fazer, e o elenco é óptimo – particularmente Justin Theroux, com uma presença magnética – apesar de não ter nomes tão sonantes como outras produções da HBO. Espera-se o melhor.