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Depois de uma temporada com uma recta final inesquecível, Orange Is The New Black está de volta à Netflix, a partir de hoje. E há motim.
O penúltimo episódio da quarta temporada de Orange Is The New Black foi um dos momentos mais importantes da televisão da última década. Poussey Washington – uma das presidiárias da Litchfield Penitentiary, a prisão para mulheres nos arredores de Nova Iorque onde se desenrola a série – é sufocada até à morte por um dos novos guardas, no meio de um protesto pacífico por direitos humanos básicos. Poussey (Samira Wiley) é afro-americana e não fez nada de mal. Onde é que já vimos isto acontecer? Toda a cena é uma referência directa aos assassínios, perpetrados pela polícia americana, de mulheres e homens negros desarmados, bem como à desumanização da população afro-americana, um dos alertas constantes da série. Evoca-se, mais concretamente, a morte de Eric Garner, cujas últimas palavras foram – tal como as de Poussey – “I can’t breathe”, um dos principais slogans do Black Lives Matter. Este acontecimento continua ressoar, em carne viva, na quinta temporada de Orange Is The New Black, que voltou hoje à Netflix.
Nos primeiros episódios mergulhamos de cabeça no motim levantado pelas reclusas. Uma espécie de utopia antipoder em que guardas e directores da prisão estão sob o jugo delas, enquanto se tenta fazer justiça pelas próprias mãos. Alguns dos métodos não agradam a certas pessoas, como Alex Vause (Laura Prepon), que continua ao lado de Piper (Taylor Schilling), a protagonista da série, mas cada vez mais uma das personagens menos interessantes – o oposto de Frieda (Dale Soules), de quem temos insights reveladores no segundo episódio.
O regresso mais do que esperado de uma série que tem tido uma relevância assinalável no modo como aborda questões de raça, género, privilégio e orientação sexual, entre vários assuntos pertinentes como o stress pós-traumático de guardas prisionais.
Veja aqui o trailer da nova temporada, já disponível na Netflix:
E enquanto passa horas na Netflix: