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Sonic Mania leva-nos de volta a 1991

Luís Filipe Rodrigues
Editor
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Sonic Mania é um portal para o passado. Mais concretamente, é um portal para a primeira metade da década de 90, quando o ouriço azul da Sega se batia com Mario na guerra das plataformas, e muita gente afirmava, sem medo nem vergonha, que os seus jogos eram melhores do que os do canalizador da Nintendo.

É uma afirmação que hoje, depois de sucessivos clássicos da Nintendo e duas décadas de maus jogos protagonizados por Sonic, parece disparatada. Mas, olhando para trás, até se percebe o porquê dos votos de confiança: os videojogos da Sega não eram tão intrincados nem bem desenhados como os de Mario, todavia tinham uma energia cinética que os elevava acima da concorrência. Foi só a partir de meados dos anos 90 que a personagem começou a perder relevância, e a figurar em títulos cada vez piores (com uma ou outra excepção). Até agora.

Sonic Mania já se encontra disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One, chega ao PC na terça-feira, e traz consigo boas e más notícias. Por um lado, é o melhor capítulo da série em mais de 20 anos. Sem exagero. Por outro, é um exercício nostálgico, e podia perfeitamente ter saído há mais de 20 anos. Sem exagero. Esteticamente, é tal e qual os clássicos da Mega Drive de antanho, ao ponto de haver uma opção para simular a imagem das velhinhas televisões CRT. E a história vem no seguimento do final de Sonic & Knuckles (1994).

Não é só por isso que o é um regresso ao passado. Vários níveis são verdadeiros remixes alongados de zonas clássicas da série, com os respectivos inimigos e desafios. Estas secções coexistem com outras criadas especificamente para este título, que não destoam do resto. Cada nível é maior do que nunca, com vários caminhos alternativos e áreas às quais é possível chegar apenas com certa personagem – além de Sonic, é possível escolher Tails e Knuckles, introduzidos na Mega Drive.

O mais importante, no entanto, é a velocidade. Na década de 90, nenhum jogo era tão rápido como estes, só que essa celeridade perdeu-se com a passagem para as três dimensões, tornando a série irrelevante. O novo título recupera essa velocidade e a simplicidade mecânica que fizeram esta série especial. É certo que traz poucas novidades, mas não faz mal. Ninguém regressa ao passado à espera de vislumbrar o futuro.

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