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Um open space, uma mesa, uma cozinha, 15 lugares. A Sociedade recebeu este sábado o primeiro evento pop up Super Marmita e nós, que por lá passámos, deixamos cinco razões para se juntar à próxima reunião de comensais.
Conhecer o chef Tolga von Klein e o seu braço direito
Gostamos de comer bem, mas também apreciamos encher a barriga com hospitalidade e neste caso é seguro que ficará bem servido. Tolga é alemão, tem uma herança turca, estudou em Nova Iorque, participou no concurso televisivo The Taste. Nos primeiros meses do ano, o chef e o seu braço direito português, Vítor Berlin, trocaram de vez o frio de Berlim pela capital portuguesa. Começaram por assegurar um serviço de catering no Museu do Chiado e em bom tempo perceberam que a ideia não devia nascer e morrer num vernissage. A dupla recebe-nos n'A Sociedade, a comunidade gastronómica recheada de livros de receitas que acolheu a estreia desta evento em Lisboa. E o cenário para 15 estranhos partilharem uma mesa frente ao balcão de cozinha onde Tolga ia finalizando os pratos a servir. Acabámos a escutar os seus projectos gastronómicos enquanto Vítor lavava a louça. Sim, a informalidade prevalece e o objectivo é sentir-se mesmo em casa. Prometem novidades para breve. Fique atento.
Conhecer pessoas novas (ou tirar uma breve folga daquelas que conhece)
Fomos 15 sentados à mesa e se alguns comensais já se conheciam entre si, outros nem tanto. É claro que pode tentar reservar lugares para um grupo generoso, para garantir uma lotação quase 100% familiar, mas tente deixar esse banal jantar de grupo para outras núpcias. A piada é partilhar a experiência com pessoas que não conhece de parte nenhuma, cruzar trajectos e áreas de interesse, alimentar uma simples conversa sobre intolerâncias alimentares, ou mesmo, quem sabe, arranjar uma boa desculpa para não estar com os amigos de sempre num sábado à noite. Incrível é poder ouvir histórias sobre arquitectura, o processo de torrar café ou o microclima de Sintra numa só refeição, num emaranhado de português, inglês e ainda com um toque de alemão.
Celebrar a diversidade no prato
Num mundo cheio de muros, é bom ver gente feliz a devorar algo tão simples como um humus ou um babaganoush (puré de beringela fumado) com um simit caseiro, uma argola de pão turca. Com um legado mediterrânico, mas sem restrições, o chef propõe neste menu uma combinação de pratos exóticos, daí que a mesa seja ocupada por sabores do Médio Oriente, Japão e Índia. Também sujámos os dedos com muhammara, ou creme de pimentos vermelhos assado, nozes e melaço de romã. A encetar as hostilidades, uma sopa de lentilhas vermelhas com um twist indiano. Prato principal? Bulgur pilaf inspirado no império Otomano com almôndegas balcãs e tzatziki grego. A finalizar, reproduzimos a extensa descrição: "arroz doce basmati de coco com crocante de sésamo e cardamomo acompanhado de confit oriental de marmelo em xarope de rosas". E estamos satisfeitos.
Tentar adivinhar cada bebida, falhar totalmente, e continuar a achá-las deliciosas
Terminamos como começámos, para lhe contar que ninguém acertou no conteúdo do copo de boas vindas. Serão frutos vermelhos? E que frutos vermelhos? Que tipo de álcool contém? A resposta é um rubro kvass de whiskey com beterraba fermentada. Muito, muito bom. Por falar nisso, prepare-se para mergulhar no mundo da fermentação controlada por métodos tradicionais e super visionada por Tolga. Provámos limonada pró-biótica com gengibre; e kombucha, com aroma de laranja e romã, também conhecido como elixir da vida, obtido a partir da fermentação do chá. Se não gosta muito de arriscar, tenha calma que há a alternativa do vinho branco. Mas se o escolher, não sabe o que perde. A acompanhar a refeição, a Super Marmita serve duas especialidades de sake: Narutottai Ginjo Nama Genshu e Tamagawa Yamahai Jumai Sake, capazes de converter mesmo os menos fanáticos. Para saber tudo sobre estas garrafas premium fale com quem sabe, a Sake Mico, em Campo de Ourique, parceira nesta aventura gastronómica. Dito tudo isto, é lavar a marmita e preparar-se para a próxima.