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Todos ao palco para ver os espectáculos dos próximos meses

Escrito por
Maria Ramos Silva
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Os livros dão o mote para alguns dos espectáculos que marcam o regresso às salas da cidade. Não falta teatro e dança para preencher o calendário das semanas e meses que aí vêm. Conheça alguns destaques. 

O Bando chega ao CCB dia 15 de Setembro e na bagagem leva uma obra de Hélia Correia. Adoecer parte do romance da escritora, para um mergulho na vida de Elizabeth Siddal. Foi com assombro que a sociedade inglesa vitoriana acompanhou a relação da modelo que serviu o célebre quadro de John Millais, “Ofélia”, com o pintor e poeta Dante Gabriel Rossetti, na segunda metade do século XIX. Miguel Moreira (Dante Gabriel Rossetti), Catarina Câmara (Elizabeth Siddal), Sara de Castro (Hélia) e convidados especiais compõem o elenco. A encenação está a cargo de Miguel Jesus.

A entrada é livre no D. Maria II sábado e domingo (16 e 17 de Setembro), com uma série de iniciativas no âmbito do Lisboa na Rua. Pulemos para Novembro, para a aguardada estreia de Sopro, de Tiago Rodrigues, que chega à Sala Garrett e inclui a ponto Cristina Vidal, habitualmente afastada dos holofotes do palco.

Em Almada, a Quinzena de Dança cumpre 25 anos e é com Coevos que se homenageia, a partir de dia 29 de Setembro, todos os criadores que deixaram o seu país natal para se aperfeiçoarem nesta arte. A dança mostra-se também na Culturgest. No final de Setembro, a 29 e 30, há Fanfare, de Loïc Touzé, com as acções e os gestos a comporem esta melodia em cena. Em Outubro, entre 12 e 14, chega Piece for Person and Ghetto Blaster (ou Peça para Pessoa e Tijolo), de Nicola Gunn, uma “meditação combativa sobre a paz e o conflito, o relativismo moral e a função da arte, inspirada num incidente real.” Uma mulher viu um homem a atirar pedras a uma pata e gritou com ele e este fio é quanto baste para encher um palco.

De 13 de Setembro a 28 de Outubro, é no Teatro da Politécnica que se sente A Vertigem dos Animais antes do Abate, de Dimítris Dimitriádis. Jorge Silva Melo encena o arranque da temporada 2017/2018 dos Artistas Unidos.

No Teatro do Bairro, a fase pós-férias começa dia 13 de Setembro, com Biografia de um Poema, a partir de Carlos Drummond de Andrade. A encenação é de António Pires e o elenco é constituído por dois actores brasileiros (Chico Diaz e Cassiano Carneiro) e por Rita Loureiro.

Carla Bolito encena A Arte da Fome no São Luiz, disponível a partir de 21 de Setembro. A 5 de Outubro é a vez de Rogério Carvalho apresentar na mesma sala Os Negros, adaptação do texto de Jean Genet, numa co-produção com o Teatro Griot.

A Arte da Fome, no São Luiz

Há festa no Trindade e não é para menos. São 150 anos celebrados em Novembro e a efeméride é marcada com Todo o Mundo é um Palco, espectáculo que a directora Inês de Medeiros encomendou a Marco Martins e a Beatriz Batarda. O projecto baseia-se em depoimentos de pessoas que vivem na capital lusa, do lisboeta mais castiço ao forasteiro. Antes, chega À Boleia de Hollywood, a peça de Neil Simon encenada por Cucha Carvalheiro, com Cláudia Vieira, João Lagarto e Sofia de Portugal.

É no São Carlos que se estreia The Rape of Lucretia, a produção que Luís Miguel Cintra prepara em parceria com o maestro João Paulo Santos, depois do fim do Teatro da Cornucópia. Guarde espaço na agenda nos dias 2, 3 e 5 de Dezembro.

Pelo Maria Matos passa a estreia de Five Easy Pieces, de Milo Rau (16 e 17 Set), o fim da trilogia sobre a guerra colonial dos Hotel Europa (12 a 15 Out); e os novos espectáculos de Marcelo Evelin, Dança Doente (29 e 30 Set), e de El Conde del Torrefiel, La posibilidad que desaparece frente al paisaje.

O espectáculo de El Conde de Torrefiel no Maria Matos

+ Teatro: sempre a rir até Outubro

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