[title]
Há algo de especial nesta Zona Não Vigiada, como sabe quem esteve há dois anos na primeira edição desta festa, deste festival, organizado pela promotora Filho Único e a companhia Casa Conveniente/ Zona Não Vigiada de Mónica Calle.
Uma tarde de boa música e boa onda, democrática e transversal a classes e etnias, no coração da Zona J de Chelas, para mandar abaixo ideias pré-concebidas. No ano passado não se fez a festa, mas a iniciativa está de volta para uma segunda rodada a partir das 16.00 de sábado.
B Fachada, que há dois anos estava lá como espectador, a comprar e a beber médias na tasca à frente do recinto, é um dos maiores nomes confirmados para esta edição. É certo que abrandou o ritmo depois daqueles primeiros cinco (se contarmos a partir de b sings the lusitanian blues) ou seis anos (se começarmos com até toboso) de produção inspirada e febril, mas o corpo de trabalho produzido nessa altura, juntamente com o homónimo de 2014, chega e sobra para lhe garantir um lugar entre os grandes da canção portuguesa. E ouvi-lo ao vivo vale sempre a pena.
Também vão lá os Equiknoxx, colectivo jamaicano que vem a desempenhar um papel preponderante na revitalização do dancehall em anos recentes. E a dupla de produtores God Colony, autores londrinos de um hip-hop com apetrechos electrónicos que na Zona Não Vigiada se farão acompanhar pela rapper Flohio, do colectivo TRULUVCRU, em estreia nacional. E Tomasa del Real, produtora e inovadora chilena de um reggaetón estranho, futurista e despido de preconceitos. E, por fim, o português Nigga Fox, MVP da editora Príncipe e um dos nomes cruciais de uma geração de DJs e produtores de electrónica mutante com raízes africanas a operar há anos nos subúrbios de Lisboa. Gente boa, que nos vai dar música boa. Sem pedir nada em troca.
Av João Paulo II, lote 536, Zona J. Sáb 16.00, entrada livre.