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Um dia já está e, embora o primeira jornada da 48ª edição da ModaLisboa tenha tido apenas três desfiles, a passerelle do CCB deu pano para mangas. Do combo de oito jovens criadores que apresentaram as suas pequenas colecções no Sangue Novo ao conto de fadas non stop de David Ferreira, estes são os nossos looks favoritos do primeiro dia da ModaLisboa.
João Oliveira teve dois bons motivos para ter ido para os copos na sexta-feira à noite. Primeiro, porque sempre que um desfile acaba há uma sensação de alívio para qualquer designer de moda, seja ele novato ou veterano. Segundo, porque saiu como vencedor desta edição do Sangue Novo. O júri assim o decidiu e João Oliveira levou para casa 5 mil euros e um curso de Verão na Domus Academy, em Milão. Como se já não bastasse, ainda vai ter a sua colecção à venda na The Feeting Room. Society revelou-se assim uma das colecções da noite. Foram seis coordenados de puro streetwear, marcados por silhuetas oversized, inspiradas em auto-estradas e na inversão da velocidade de quem nelas circula. De facto, assim fica difícil de acelerar.
Coelhinhos, peep shows, fantasias, mas tudo no sentido menos prevertido que possa imaginar. Parece que Mariana Laurência tem tudo para construir uma boa relação com o guarda-roupa masculino, a julgar pela colecção com que estreou na ModaLisboa.
Pelos croquis que circularam por aí, durante a última semana, não davamos nada por esta colecção. Surpresa das surpresas, afinal, foi uma das nossas favoritas. Liliana Afonso soube brincar lindamente com diferentes volumetrias, das peças estruturadas aos materiais mais fluidos. No final, foram os brincos não nos saíram da cabeça.
O tema da colecção de Rita Afonso prometia muito e não é que não desiludiu. Afinal, quem é que não andava em ânsias para ver um criador nacional pegar nas naturezas mortas de Josefa de Óbidos, dar-lhes uma volta e compor a coisa de tal maneira, que ficamos com vontade de usar tudo no minuto a seguir? Pelo meio, Rita ainda enfiou referências a Clarisse Lispector. Caiu que nem ginjas.
Depois do manifesto free the nipple, na última estação, Micaela Sapinho volta a quebrar a monotonia de um desfile oito em um. Se houvesse um prémio para a colecção com o melhor nome, ela ganhava. #MEMYSELFIEANDI pôs as modelos a tirarem selfies no meio da passerelle, ao mesmo tempo que havia peças com likes e fichas eléctricas estampadas. O protesto anti phubbing divertiu-nos e de que maneira.
Depois de Londres, David Ferreira trouxe o seu The Freakball para Belém, uma colecção que foi às raízes do circo em busca de inspiração. Felizmente, o backstage está bem maior e a passerelle tem largura suficiente para dar passagem aos volumes de tule e pêlo. Da maquilhagem às plumas na cabeça, o desfile foi uma espécie de show das poderosas, sempre em modo unicórnio, como é óbvio.
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