[title]
Lisboa é incrível e não fomos nós que dissemos. Foi considerada uma das cidades mais “inspiradoras e revigorantes”, pelo Time Out City Index, um questionário ao qual responderam 20 mil pessoas, espalhadas por 18 cidades do mundo, que a colocaram logo atrás de Chicago e Melbourne, e mesmo antes de Nova Iorque e Madrid.
Que Lisboa tem uma grande oferta museológica e miradouros de cortar a respiração já nós sabemos, mas gostamos de acreditar que grande parte da sua fama se deve também aos bons restaurantes que temos em cada esquina. E se pensa que não há mais nada para ser inventado, então, não sabe da missa a metade. Ora vejamos.
Rui Sanches, o restaurador alfacinha por excelência e lisboeta do ano distinguido pela Time Out, não pára de ter ideias. O seu próximo grande projecto abrirá em breve no Príncipe Real e ficará nas mãos do chef Diogo Noronha, ex-Rio Maravilha – restaurante na LX Factory que recebeu, sob a sua tutela, cinco estrelas dos nossos críticos. Apesar de ainda não se conhecer o nome do espaço (que terá uma grande esplanada), sabe-se que a cozinha será numa vertente mais orgânica, onde vão ser trabalhados produtos locais e onde vai imperar uma forte lista de cervejas artesanais.
Mas não é tudo. O empresário, que abriu recentemente o Tapisco, também no Príncipe Real, juntamente com Henrique Sá Pessoa, não escondeu a vontade de estender a parceria. Recorde-se que ambos estão também à frente do Alma, no Chiado, um restaurante com uma cozinha fine dining e que recebeu no final do ano passado uma estrela Michelin. Desta feita, no futuro, poderá surgir ainda um restaurante numa onda mais vegetariana, pensada pelos dois.
Ainda no Príncipe Real (que é por estes dias o epicentro da cena gastronómica da cidade), vai surgir um Jamie’s Italian, uma sucursal da cadeia de restaurantes de comida italiana de Jamie Oliver, com massas e pizzas em doses generosas, e ainda o novo projecto de Miguel Júdice. Este vai abrir em Abril e vai chamar-se Naked, como o próprio anuncia na sua conta de Instagram. "Vai ser um local para todas as horas (do pequeno-almoço e brunch, até ao jantar), onde haverá sempre comida natural, fresca, sem alimentos processados ou fritos, um espaço "flexitarian" que respeitará preferências e restrições alimentares", diz.
O JNCQuoi é outros dos restaurantes que mais zunzum está a criar na cidade. Depois do anúncio de que a loja de macarons franceses, a Ladurée, vai abrir no Tivoli Fórum um salon de thé, o restaurante de Paula Amorim e de Miguel Guedes de Sousa, sócios da Fashion Clinic, promete ser tão ou mais ambicioso. Na cozinha estará o chef António Bóia a cozinhar pratos como plumas de porco Ibérico; terrinas de foie gras caramelizadas com brioche tostado e marmelada de chalotas; risotos de cogumelos ou linguados au meunier. Conte ainda com um bar com uma vasta carta de vinhos e refeições mais ligeiras.
Justa Nobre também tem novidades. A chef trasmontana prepara-se para abrir, em meados de Abril, na Ajuda, um novo restaurante, onde, à semelhança dos seus outros espaços (a chef tem o Nobre by Justa Nobre, no Campo Pequeno, e o Nobre Estoril by Justa Nobre, no Casino Estoril, em Cascais) vai fazer uma cozinha tradicional portuguesa, mas sempre com um toque de autor.
Ao contrário de Justa, Akis Konstantinidis, o chef grego que comanda as cozinhas mexicanas do Las Ficheras e do Mez Cais, e o Can The Can, no Terreiro do Paço, decidiu sair da sua zona de conforto. Como se confessa um fã da cultura japonesa está na iminência de abrir no Cais do Sodré, na Rua de São Paulo, um restaurante com comida de rua urbana de Tóquio.
Respire fundo, porque há mais, muito mais. Dentro de dois meses abre o tão esperado restaurante de Vincent Farges, junto ao Largo da Academia Nacional das Belas Artes, no Chiado, onde o chef francês vai fazer uma cozinha de fine dining sobre uma das melhores vistas da cidade.
Duas chefs com banca no Time Out Market também se preparam para novos voos. Susana Felicidade conta abrir, este Verão, "um projecto inovador". "Estou-lhe a dedicar toda a minha energia. Vai ser diferente, mas as pessoas vão reconhecer nele a minha cozinha", diz, sem revelar o nome do espaço. Marlene Vieira não guardou segredo. Se o Versus, que iria abrir no Largo de Camões ficou em águas de bacalhau – em princípio só arrancará no final do ano e em outro sítio – na próxima semana, juntamente com João Sá, chef e marido, vai inaugurar o restaurante Panorâmico, no Tagus Park, onde vai fazer uma cozinha de raiz portuguesa, como a que já faz no Mercado da Ribeira.