Blade Runner 2049
Blade Runner 2049

Os melhores filmes de 2017

Chegado o final do ano, é altura de fazer o balanço dos melhores filmes que passaram pelos ecrãs portugueses em 2017

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Cada final de ano, na altura dos habituais balanços, e no que ao cinema diz respeito, chegamos sempre à mesma conclusão. Começámos pouco optimistas em relação à qualidade dos filmes que íamos ver; e acabámos com a satisfação de que vimos suficientes bons filmes para elaborar uma lista com os dez melhores, e ainda ficam de fora uns quantos que também lá cabiam perfeitamente. E na lista dos dez melhores filmes de 2017 da Time Out, não só há qualidade, como também variedade, de géneros e proveniências: títulos europeus como Toni Erdmann, de Maren Ade, O Quadrado, de Ruben Ostlund, ou A Festa, de Sally Potter; asiáticos, como A Criada, do coreano Park Chan-Wook; animações, como Coco, de Lee Unkrich e Adrian Molina; documentários, como Não Sou o Teu Negro, de Raoul Peck, e filmes americanos independentes e de estúdio, portáteis ou imponentes, como Paterson, de Jim Jarmusch, Manchester by the Sea, de Kenneth Lonergan, Silêncio, de Martin Scorsese, e Blade Runner 2049, de Denis Villeneuve. 

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Os melhores filmes de 2017

  • Filmes
  • Drama

Uma comédia de Jim Jarmusch finamente encantadora e poética, quotidiana e excêntrica, o triunfo do espírito keep it simple. Paterson, com Adam Driver e Golshifteh Farahani, pode muito bem ser o melhor filme de sempre sobre condutores de autocarros de New Jersey que escrevem poesia, casados com iranianas que adoram pintar círculos em tudo e querem ser cantoras de country & western. Para já, é um dos melhores filmes do ano.

Por Eurico de Barros

  • Filmes
  • Comédia

O filme-fenómeno de Maren Ade é uma convencional comédia dramática sobre a recuperação dos afectos entre um pai e uma filha separados geográfica e emocionalmente, mas com um embrulho formal, uma apresentação narrativa e um registo de cinema de “autor”. Com os excelentes Peter Simonischek no pai professor de música reformado e fã de pregar partidas, e Sandra Hüller na filha super-executiva.

Por Eurico de Barros

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  • Filmes
  • Drama

Uma sátira negra, desassombrada e levemente absurda do sueco Ruben Ostlund (Força Maior) às utopias artístico-humanitárias, aos embustes da arte contemporânea e ao polticamente correcto, através da história de Christian (Claes Bang), o curador de um museu de Estocolmo precipitado numa espiral de situações embaraçosas e dramáticas, que expõem a distância entre o seu discurso público idealista e o seu comportamento pessoal. Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano.

Por Eurico de Barros

  • Filmes
  • Drama

O novo filme do autorde OldboyVelho Amigo é uma adaptação serpenteante, maquiavélica, requintada e perversamente erótica dolivro Fingersmith, de Sarah Walters, transposto da Inglaterra vitoriana para a Coreia ocupada pelo Japão dos anos 20. Uma habilíssima história de enganos e segredos onde Park Chan-wook passa o tempo todo a iludir-nos as expectativas, divertindo-se imenso a fazê-lo.

Por Eurico de Barros

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  • Filmes
  • Drama

O cinema americano está tão infeccionado de super-heróis que só podemos acolher de braços abertos este filme de Kenneth Lonergan com o seu naturalismo bisonho, a história de infelicidade vivida e dirimida em família, as suas personagens reconhecível e falivelmente humanas e a sua negação dos clichés positivos de Hollywood. Grandes interpretações de Casey Affleck e do jovem Lucas Hedges.

Por Eurico de Barros

  • Filmes
  • Comédia

Sally Potter regressa com uma sátira política, em forma de festa de amigos reunidos em casa de Janet (Kristin Scott Thomas)
para comemorar a sua há muito esperada nomeação como ministro sombra pela direcção do partido. Tudo vai bem, a celebração em ritmo de cruzeiro animada pela língua cinicamente cruel e sarcástica de April (Patricia Clarkson), a melhor amiga de Janet, quando o marido desta, Bill (Timothy Spall), faz um anúncio que deixa toda a gente chocada. Não o suficiente para acabar com a festa, mas o necessário para desencadear um vórtice de recriminação e vingança.

Por Rui Monteiro

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  • Filmes
  • Documentários

Ao princípio o título devia ser Remember This House. Isso, porém, foi há umas décadas, quando o escritor e activista norte-americano James Baldwin esboçou o seu projecto sobre o movimento dos direitos cívicos e o assassinato de três dos seus dirigentes e amigos: Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Foi a partir das menos de 40 páginas deixadas pelo escritor, entretanto falecido, em 1987, que, pela mão de Raoul Peck, o escrito de Baldwin ressuscitou, com várias colaborações de permeio, a voz envolvente
de Samuel L. Jackson, e um notável, imaginativo e preciso trabalho de montagem. Para além do fundamental aspecto político do filme, e da sua importância na conservação e avivamento e divulgação da memória, Peck acrescenta uma eloquente e dolorosa relação com a actualidade, digamos, um ponto de situação nada animador.

Por Rui Monteiro

  • Filmes
  • Animação

Em boa hora a Pixar foi ao México inspirar-se nos costumes e nas tradições populares deste país, nomeadamente na celebração do Dia dos Mortos. Graças a elas, Lee Unkrich e Adrian Molina realizaram esta feérica e divertidíssima animação musical e fantástica passada no mundo dos mortos mexicano, que promove os valores da família e consegue ser mais imaginativa, mais original e ter mais vida do que a maior parte dos filmes sobre gente viva e com actores de carne e osso.

Por Eurico de Barros

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  • Filmes
  • Ficção científica

Denis Villeneuve realiza Blade Runner 2049 com aquela calma controlada que se lhe conhece dos seus trabalhos anteriores, como Sicário ou Primeiro Contacto, assinando um filme intrinsecamente ligado ao original de Ridley Scott do ponto de vista visionário, visual, narrativo, dramático e especulativo, mas também percorrendo novos caminhos num universo familiar: um futuro ainda mais negro, devastado e cheio de gente, e cada vez mais desenvolvido tecnologicamente. Desde O Padrinho: Parte II, de Francis Ford Coppola (1972) que uma continuação não desmerecia do original.

Por Eurico de Barros

  • Filmes
  • Drama

Martin Scorsese levou mais de 25 anos a concretizar este projecto, a adaptação do livro do escritor católico japonês Shusaku Endo, passado no Japão do século XVII, quando os missionário jesuítas portugueses e os cristãos locais eram perseguidos e supliciados. E nunca se viu um filme sobre o martírio, a tortura física e da alma e a agonia da dúvida tão bonito como este.

Por Eurico de Barros

Best of 2017

  • Filmes
O ano de 2017 assistiu à estreia de vários filmes portugueses com muita qualidade. Na ficção, como Fátima, de João Canijo, São Jorge, de Marco Martins, ou Fábrica de Nada, de Pedro Pinho. E no campo do documentário, onde se destacaram Ama-San, de Cláudia Varejão, e Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo, de João Monteiro.
  • Música
A música portuguesa vive dias bons. Com bandas e artistas a falarem a sua língua e a produzirem canções que reflectem o país e o presente. Do indie rock português das Pega Monstro e Putas Bêbadas às batidas afromecânicas de Nídia e DJ Lycox, passando pela folk lisboeta de Éme e Luís Severo, o hip-hop de Slow J e os Orelha Negra ou o fado de Camané. Estes foram os melhores discos do ano.
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