É uma consola deste tempo, em que estamos habituados a jogar em vários contextos e lugares. Com vários títulos exclusivos.
★★★★☆
Para os investidores da Nintendo, a Wii U foi um desastre. Foi fabricada durante pouco mais de quatro anos, e não se venderam sequer 14 milhões de unidades – quase nada, numa indústria em que algumas consolas ultrapassam a barreira dos 100 milhões de unidades vendidas e podem ser compradas durante quase dez anos. Para os jogadores, porém, a Wii U foi um pequeno e discreto tesouro. Durante os primeiros três anos da sua vida, antes de a Nintendo desistir dela, acolheu uma dúzia de exclusivos de primeira água, que todo o mundo devia ter jogado. E, na Switch, muita gente tem oportunidade de fazê-lo.
Pikmin 3 Deluxe é o mais recente título da Wii U a chegar à Switch, numa versão mais completa e melhor a todos os níveis. Lançado originalmente em 2013, pode ser descrito como um jogo de estratégia em tempo real, uma espécie de StarCraft ou Command & Conquer à moda da Nintendo, que reduz esses jogos ao essencial e os torna mais acessíveis, aperfeiçoando as suas mecânicas e ideias até se transformar em algo completamente diferente e mais interessante. Mas não é só um jogo de estratégia. Tem quebra-cabeças e sequências de acção, é uma verdadeira aventura. As dedadas do mestre Shigeru Miyamoto, um dos principais ideólogos da Nintendo e o produtor dos primeiros dois capítulos desta série, estão por todo o lado.
Apesar das semelhanças com os dois Pikmin anteriores, editados na primeira metade da década dos zeros, Pikmin 3 conta uma nova história e introduz outros protagonistas. Em vez do capitão Olimar de Hocotate, os personagens principais agora são três astronautas do planeta Koppai que vão parar a um mundo estranhamente parecido com a Terra. É aí que encontram os pikmin do título, uns bonecos fofos, coloridos e estranhamente obedientes, que vão ajudar os minúsculos extraterrestres a recolher recursos naturais para tentarem salvar o seu planeta. O número três do título alude ao número de personagens controlados pelo jogador, e não tanto ao facto de este ser o terceiro tomo de uma saga.
A acção desenrola-se ao longo de sucessivos dias, do amanhecer até ao anoitecer, enquanto os mini-personagens – que são mais pequenos do que insectos – exploram o planeta e vão recolhendo frutas e objectos banais, como telemóveis, que aos seus olhos parecem estruturas colossais. Fazem-no com a ajuda dos tais pikmin. Há cinco tipos de criaturas, cada uma com as suas fragilidades e capacidades, que é essencial combinar e que vão sendo introduzidas ao longo do tempo, obrigando o jogador a revisitar as regiões anteriormente exploradas para ter acesso a novas áreas. Pelo meio, há quebra-cabeças para resolver e inimigos para combater. Mas sem stress.
Pikmin 3 é um pequeno grande jogo. Quem nunca o jogou na Wii U tem agora uma oportunidade de ouro para o fazer, numa versão potencialmente portátil, com melhores controlos e outras alterações. Esta edição Deluxe inclui todos os conteúdos descarregáveis lançados para o jogo original, e mais algumas missões paralelas, desbloqueadas à medida que progredimos na história e protagonizadas pelo capitão Olimar dos primeiros títulos.
Disponível para Nintendo Switch.