É a primeira exposição de Alexandre numa instituição desde 2023, quando foi o primeiro português a ter uma individual no MoMA. Alexandre Estrela regressa a linhas que são fortes na sua obra, como o uso de ilusões ópticas e a instabilidade que isso causa. Uma das 13 instalações é mesmo uma referência directa ao desenho do coelho e do pato, que talvez quase acabem por formar um monstro, um coelhopato.
A exposição dialoga com o espaço em U da galeria, numa espécie de de metáfora do cérebro com os seus dois hemisférios ligados por um corpo caloso que, neste caso, os separa. As peças do corredor do lado direito e do lado esquerdo espelham-se – até chegarem ao corredor do fundo, o corpo caloso em que a passagem está vedada com 1+2 peças, que de novo, se espelham.
As 13 instalações, em que, como de costume, o som é parte significante, estão em comunicação umas com as outras, como um corpo vivo, conscientes do som que fazem para ocupar o espaço sonoro. Excepção para a instalação na foto. Aquela paisagem é-lhe familiar? É natural, era um screensaver do Mac Sierra. A peça é activada pela actividade sísmica mundial com um som aterrador e forte. O monstro está aqui na destruição iminente causada pelo sismo.
Culturgest. Rua do Arco do cego, 50. Ter-Dom 11.00-18.00. 5€. Inauguração: 11 Outubro às 22.00