O restauro de 1910
Em 1883, quando os painéis foram descobertos no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Alfama, estavam profundamente danificados e “não eram em nada parecidos à imagem que temos deles hoje”, conta Joaquim Caetano, director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). Não tinham seis tábuas, mas quatro, já que os dois painéis mais pequenos estavam “unidos dois a dois como se fosse um só quadro” e encontravam-se “completamente repintados”.
Foi o pintor Luciano Freire que “deu aos painéis a forma que têm actualmente” com o restauro que levou a cabo entre 1909 e 1910. Retirou os repintes existentes nas várias camadas da obra e reconstituiu as figuras e panejamentos das “zonas de lacuna onde já não havia pintura original”. Desde então, salvo um projecto de estudo histórico e técnico em 1994, a obra não sofreu mais nenhum tratamento.