Obrigado por subscrever! Esteja atento, a primeira newsletter estará na sua caixa de correio em breve!
A Time Out na sua caixa de entrada
Subscreva a nossa newsletter para receber as novidades e o melhor da sua cidade.
Ao inserir o seu email concorda com os nossos Termos de Utilização e Política de Privacidade, tal como concorda em receber emails da Time Out com notícias, eventos, ofertas e promoções de parceiros.
Espectáculo! Está registado
Obrigado por subscrever! Esteja atento, a primeira newsletter estará na sua caixa de correio em breve!
Ao inserir o seu email concorda com os nossos Termos de Utilização e Política de Privacidade, tal como concorda em receber emails da Time Out com notícias, eventos, ofertas e promoções de parceiros.
Espectáculo! Está registado
Obrigado por subscrever! Esteja atento, a primeira newsletter estará na sua caixa de correio em breve!
Ao inserir o seu email concorda com os nossos Termos de Utilização e Política de Privacidade, tal como concorda em receber emails da Time Out com notícias, eventos, ofertas e promoções de parceiros.
As marcas querem estar onde está o dinheiro e o dinheiro está na Avenida, como provaram a abertura da Dior ou o anúncio do Nobu Hotel. Das big five, só falta a Chanel. Mas o eixo do luxo também cresce como pólo cultural.
São 14.30 de uma quarta-feira e, na recém-aberta Dior, um casal de americanos observa uma bolsa bordeaux com minúcia. “Será que em preto ficaria melhor?”, questiona ela, enquanto o funcionário, munido de luvas brancas, estica a pequena bandeja de metal onde assenta a expectante bolsinha. Enquanto ponderam, bebem o espumante oferecido pela loja. Nas traseiras, há um jardim, que o casal visitará mais tarde, depois de concluir a bebida e a compra. Agora que chegou a Primavera, estará “perfeito”.
Ir a uma loja como a da Dior, onde uma camisa pode custar mais de 2000 euros e umas calças ultrapassar os 1000, é uma experiência. Começa pelo porteiro, pago para não termos de empurrar a porta, continua com oferta de café, água e espumante e avança em sugestões turísticas sobre a cidade, ao som de um twist dos anos 60. Lá em cima, Joana Vasconcelos dá as boas-vindas com o seu painel de azulejos (em parceria com a Dior e a Azulima), nas escadas volta a dá-las com uma das suas valquírias. Há ainda dois andares cimeiros no edifício do final do século XIX, ultrapassando- se um total de mil metros quadrados de loja (o que faz dela a maior Dior da Península Ibérica) e juntando-lhe investimentos em Pedro Calapez ou Bruno Ollé.
Requintes outros se passam em espaços como o da Gucci, Loewe, Louis Vuitton ou Prada, esta última instalada num edifício com Prémio Valmor que, em 2008, deixou de ser um stand de automóveis, representando, para Carlos Récio, da imobiliária CBRE, “um marco” na Avenida da Liberdade. Como em muitos outros casos ao longo dos últimos anos, também a Prada testou o seu sucesso numa loja multimarca e, assim que percebeu ter pernas para andar sozinha, saiu de casa dos pais. “À excepção da Louis Vuitton [que tinha aberto em 2004], era um dos big five que vinha para cá”, lembra Récio. Hoje, a Prada paga a renda mais alta da Avenida (a CBRE não revela o valor, mas informa que é o triplo de 2008), que, por sua vez, é a localização mais cara do país – o preço médio do metro quadrado, para estabelecimentos comerciais, é de 125 euros por mês.
Pós-Prada
Depois de 2008, “houve um claro crescimento para os extremos da Avenida, quando antes praticamente só dois quarteirões contavam”. Da mesma forma que a Louis Vuitton chamou outras marcas de luxo, “a Miu Miu puxou operadores premium”, como a MaxMara ou as recém-chegadas Isabel Marant e Purificación Garcia. Resultado: há “uma cada vez maior consistência na oferta” e o luxo é para continuar. “À excepção da Hermès, que se mantém no Chiado, estas marcas gostam de estar ao pé umas das outras”, diz o profissional, e é difícil distanciarem-se de um núcleo duro. Há alguns anos, ainda houve uma tentativa de “criar outro pólo de marcas premium na cidade”, a 600 metros da Avenida, mas, ainda assim, “a receptividade foi baixa”, conta o profissional à Time Out.
A questão, neste momento, é que a oferta da Avenida já não consegue responder à procura. As marcas dos segmentos altos são muito exigentes, querem vender não apenas produtos, mas também experiências como a da Dior. Posto isto, as que desejam fixar-se na Avenida — e há pelo menos três marcas de luxo activamente à procura dessa oportunidade — preferem esperar. “Há rumores de que a Chanel poderá vir, porque é uma das que falta. Mas, acontecendo, vai abrir num sítio que não a Avenida? Não”, garante Carlos Récio. Noutro segmento, sabe-se também que “a Façonnable e a Ralph Lauren querem muito vir para a Avenida”, conta à Time Out Mariana Rosa, da JLL. Negócios concretos, no entanto, não há.
Além da espera, o que poderá desenhar o futuro do shopping nesta grande via? As probabilidades apontam para uma extensão do comércio de primeira na direcção dos Restauradores — no número 12, em que a reabilitação deu lugar a apartamentos de luxo, o rés-do-chão deverá acolher lojas ao nível da Philippe Patek, um dos nomes previstos. E “a abertura da mega Zara do Rossio [projectada para este ano] vai certamente mexer com a zona sul da Avenida”, acrescenta Carlos Récio. Também um pouco mais acima, no número 20, o edifício amarelo da EPAL, “talvez possa vir a acontecer alguma coisa”.
Noutro plano, o futuro conta com a certeza de que o Nobu Hotel (a abrir em 2025), do actor Robert de Niro, e os 17 quartos de luxo do JNcQUOI House (com abertura prevista para Maio) se vãojuntar a ofertas como o Valverde, o Tivoli ou o Heritage, o clássico hotel da Avenida que foi recentemente renovado (ler em baixo). “Aconteça o que acontecer”, avança Récio, “a Avenida vai manter-se sempre como a grande referência para as marcas de luxo e premium. E ainda há muito por explorar”. Moda e joalharia, mas também a restauração (2023 viu chegar os loucos e chineses anos 20 ao JNcQUOI FrouFrou, projecto do grupo Amorim Luxury) e a hotelaria manter-se-ão nos alicerces, mas a decoração ganha algum terreno. Neste plano, entram na Avenida a Molteni e a Servànt (na antiga Loja das Meias), ambas com experiência prévia em Santos, avança à Time Out a Cushman & Wakefield. Como nota Maria José Almeida, do departamento de retalho da imobiliária, “todos os meses, há pelo menos um contacto de procura”, sempre nos segmentos “do luxo, premium e gold brands”. “O futuro é esse”, assegura, mesmo que a expansão demore e os espaços vazios pareçam hoje abandonados.
O negócio da Dior, por exemplo, “levou um ano a concretizar”, conta Mariana Rosa, da JLL, que foi responsável pelos projectos de arquitectura de “mais de 50 espaços da Avenida”, entre os quais o JNcQuoi e a Louis Vuitton, e que vê o agudizar da concorrência a obrigar as marcas a reinventarem-se. Toda esta dinâmica, aponta, só pode ter uma consequência: o aumento dos preços naquela que já é a zona mais cara do país e que só o luxo consegue pagar. “É a lei da oferta e da procura. E sentimos uma pressão ascendente, sem dúvida”, nota a profissional.
Compras a pé, mas com carro à porta
Muito antes de ser o que é hoje, a Avenida estreou-se (já voltada para o glamour) como Passeio Público no século XVIII. As madames passeavam os seus vestidos armados e os comerciantes vendiam pains- d’-épices e outras iguarias. Com a afirmação do automóvel, no final do século XIX, abandonou-se o passeio e veio o trânsito. Em Maio de 2022, foi aprovada em reunião de Câmara uma proposta para tornar a Avenida da Liberdade num espaço sem carros, todos os domingos. Mas a medida (do desagrado de Carlos Moedas) gerou uma onda de contestação entre os comerciantes. Passaram-se quase dois anos, outras tarefas se meteram pelo meio da Avenida (como as obras do túnel de drenagem e alterações ao trânsito) e não foi dado nenhum passo no sentido de retomar os passeios de domingo.
“Na altura, tivemos uma grande força conjunta em relação a isto e conseguiu-se que não andasse para a frente”, afirma Sandra Campos, da direcção da Associação Avenida da Liberdade (AAL), defendendo que, “mesmo que um dia se volte à proposta, tem de ser algo falado com as pessoas primeiro”, tendo em conta o seu “impacto económico e turístico”.
O que lhe parece estar mais esquecido do que esta medida é o cuidado do espaço público. Se as lojas se renovam e reabilitam o parque imobiliário, o que dizer dos passeios e lagos? “Está tudo muito descuidado”, observa Ana Rodrigues, directora de marketing dos hotéis Heritage e associada fundadora da AAL. “De caras, é preciso apostar na manutenção dos espaços verdes e na limpeza. A Avenida deveria ser mais apelativa e exclusiva, não faz sentido estar assim”, lamenta.
Neste plano, estão agendadas para breve a reabilitação do Lago Tejo (em frente ao Hotel Heritage) e a melhoria das vias laterais da Avenida. “A Câmara de Lisboa já desbloqueou a verba para intervenções nas laterais e o Lago Tejo vai entrar em obra em Março/Abril, durante dois meses”, numa acção levada a cabo pela Junta de Freguesia de Santo António ao abrigo de contrato de delegação de competências com a autarquia, confirmou o presidente da Junta, Vasco Morgado, à Time Out.
Também a porta-voz da AAL sente que “o espaço público tem sido descurado”, dos lagos à calçada. “É preciso ter coragem para andar ali de salto alto”, diz, reconhecendo que “tudo está a acontecer ao mesmo tempo na Avenida”, em termos de obras, e que é preciso esperar para ver que investimento será feito para tornar a Avenida mais ‘atractiva’”.
“Na agenda internacional”
Nos últimos anos, houve ainda outro fenómeno a mudar a Avenida da Liberdade, em particular nas noites de fins-de-semana, que deixou de se reservar ao silêncio das lojas fechadas. A chegada de restaurantes in, festivais de cinema, de música e outros eventos culturais tem transformado o lugar num “pólo cultural”, observa Sandra Campos, porta-voz da AAL. “Toda esta actividade veio desmistificar a ideia de que este era um sítio perigoso ou só para estrangeiros”, analisa.
Por outro lado, “depois da pandemia, a Avenida deu um salto” em termos de oferta, que agora se mostra mais diversificada. “Passámos a organizar eventos como o Avenida Open Week, o Jazz in Avenida e o Roteiro Gastronómico”, enumera Sandra Campos, que vê a Avenida entrar, com estes acontecimentos e outros, “na agenda internacional”.
A aposta na cultura, acredita a dirigente, permite, por um lado, chamar a atenção para o património histórico “riquíssimo” da Avenida da Liberdade, mas também diversificar o público que ali se encontra. É uma artéria que se destaca pelas compras e pelo luxo, sim, mas a associação não quer que a oferta se esgote aí. “É também um destino de lazer, de entretenimento e de cultura.”
Nos dias do Jazz in Avenida (evento em parceria com o vizinho Hot Clube de Portugal), em Dezembro, a música permitiu chegar a lugares inusitados como a loja Rosa & Teixeira — uma das primeiras marcas de topo a instalar- se aqui, nos anos 80 —, o jardim da Massimo Dutti ou a esplanada do Sofitel Hotel. “Nunca vi a Avenida com tanta gente”, atesta Sandra Campos, que aqui trabalhou durante mais de 20 anos.
Um email que vais verdadeiramente amar
Ao inserir o seu email concorda com os nossos Termos de Utilização e Política de Privacidade, tal como concorda em receber emails da Time Out com notícias, eventos, ofertas e promoções de parceiros.
🙌 Espectáculo! Está registado
Obrigado por subscrever! Esteja atento, a primeira newsletter estará na sua caixa de correio em breve!
Um Heritage renovado na Avenida
DR
Foi um dos primeiros hotéis a chegar à Avenida, numa altura em que ela não tinha metade da vivacidade de hoje. Em 2023, o Heritage Avenida Liberdade Hotel voltou renovado. Ainda assim, as ligações ao passado são inevitáveis (e o Heritage não tem a intenção de as apagar). Na recepção, fala o móvel da ervanária que ali chegou a existir e que é das mais antigas de Lisboa (foi fundada em 1793 e ainda funciona numa rua transversal). Nas memórias, há estadias dignas de nota, como a de Amadeo de Souza Cardoso, que ali dormiu quando o hotel ainda era pensão, por ocasião da sua última exposição em Lisboa.
Feita a ligação à história, é preciso avançar. “A Avenida está muito mais viva e alegre, precisávamos de a acompanhar”, explica Ana Rodrigues, directora de marketing do hóteis Heritage, que continua: “Estamos sempre a fazer modificações, porque estamos num edifício histórico. Mas desta vez sentimos uma necessidade de actualização e fomos buscar a mesma pessoa que trabalhou connosco na abertura do hotel, o arquitecto Miguel Câncio Martins. Pedimos-lhe que aproveitasse a história e os elementos originais, congregando uma abordagem mais actual.”
À entrada, as colunas douradas fazem lembrar troncos de palmeira e os tecidos ganharam tons mais vivos, numa tentativa de “trazer os jardins para o interior”, explica a responsável. Por outro lado, tornaram a zona dos pequenos-almoços “mais funcional”, dizem, mas a sensação do hóspede, dizemos nós, é de que ali se aprecia uma sala de estar, intimista e confortável, como se quer num boutique hotel. Há também recantos para ler ou até trabalhar, voltados para as árvores da Avenida, e o característico e alto pé direito deixa espaço para se sentir o pulsar da cidade sem lhe ouvir o ruído excessivo. Daqui, Lisboa afirma o seu lugar tropical em solo europeu.
Ao inserir o seu email concorda com os nossos Termos de Utilização e Política de Privacidade, tal como concorda em receber emails da Time Out com notícias, eventos, ofertas e promoções de parceiros.
🙌 Espectáculo! Está registado
Obrigado por subscrever! Esteja atento, a primeira newsletter estará na sua caixa de correio em breve!
Ao inserir o seu email concorda com os nossos Termos de Utilização e Política de Privacidade, tal como concorda em receber emails da Time Out com notícias, eventos, ofertas e promoções de parceiros.
🙌 Espectáculo! Está registado
Obrigado por subscrever! Esteja atento, a primeira newsletter estará na sua caixa de correio em breve!