Estávamos em 1886, dia 1 de Maio, quando 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, para exigir que um dia não tivesse mais do que oito horas dedicadas ao trabalho. Passados 138 anos, dezenas de direitos foram adquiridos em diferentes países, mas as oito horas mantêm-se como regra para muitos. E é por essas e por outras que se continua a ir à rua no 1.º de Maio, ano após ano. Da manifestação tradicional pela Avenida Almirante Reis até festas e concertos, que ruas e espaços quereremos tomar neste Dia do Trabalhador em Lisboa? Ficam aqui seis sugestões.
Cinco curiosidades históricas sobre o Dia do Trabalhador
Além da programação, também há espaço para ficar a saber um pouco mais sobre este dia, que marcou (e pode continuar a marcar) o nosso calendário para sempre. Deixamos-lhe, assim, cinco factos incontornáveis sobre o Maio dos trabalhadores.
1. Exaustos? Sem sombra de dúvidas. Sem descanso semanal nem regulação do número de horas diárias dedicadas ao labor, os trabalhadores do século XIX começam a organizar-se. Em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores é criada no St. Martin's Hall, em Londres, na presença de cerca de 2000 pessoas, muitas de organizações operárias inglesas, francesas, italianas, alemãs ou polacas.
2. Chicago, 1 de Maio de 1886. Perto de 500 mil trabalhadores saem à rua em greve geral para exigir a redução da jornada laboral para oito horas. A polícia fere e mata dezenas, tentando destruir a manifestação. Quatro dias depois, o espaço público é novamente tomado, pelos mesmos motivos. Em 1890, os trabalhadores conseguem a tão desejada redução de horário.
3. Em 1889, decreta-se, no Congresso Operário Internacional, em Paris, o 1.º de Maio como o Dia Internacional dos Trabalhadores.
4. As exigências também se fazem por terras lusas. Mesmo perante um regime repressivo, em 1919, a lei portuguesa responde aos trabalhadores com a consagração do direito a oito horas de trabalho diárias, bem como ao descanso aos domingos, para as áreas do comércio e da indústria. Portugal destaca-se como um dos primeiros países europeus a aderir à luta pelo limite máximo das oito horas de trabalho por dia, deixando as habituais 10, 12 ou 14 (o chamado “de sol a sol”) para trás.
5. Só em 1974, no entanto, no rescaldo da Revolução, é que Portugal decreta o Dia Internacional do Trabalhador como feriado. E aí está ele.
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