É uma consola deste tempo, em que estamos habituados a jogar em vários contextos e lugares. Com vários títulos exclusivos.
★★★☆☆
Todos os meses os assinantes do serviço PlayStation Plus recebem um par de videojogos grátis. Uma das ofertas de Agosto foi Call of Duty: Modern Warfare 2 Campaign Remastered, um remake do popular FPS (first-person shooter, ou jogo de tiros na primeira pessoa), editado este ano. Mas o título que gerou mais burburinho foi o outro, Fall Guys: Ultimate Knockdown, uma produção independente de que quase ninguém tinha ouvido falar até então. Foi lançado a 4 de Agosto e, logo nesse dia, mais de 1,5 milhões de pessoas ligaram-se logo à internet para o jogar. E continuam a jogá-lo.
Este sucesso instantâneo pode ser explicado, em parte, pelos elogios que vários sites lhe teceram na semana que precedeu o lançamento, depois de terem tido acesso a uma versão beta. E também por ter sido disponibilizado de graça para alguns milhões de pessoas, numa altura do ano em que escasseiam os grandes lançamentos. Contudo, se a mais recente criação dos estúdios Mediatonic não fosse tão apelativa e simples de jogar, dificilmente teria chegado a tanta gente, tão depressa.
Fall Guys: Ultimate Knockdown inspira-se em programas de televisão como Nunca Digas Banzai ou Jogos Sem Fronteiras, que adapta ao formato de jogos online como Fortnite, em que dezenas de pessoas são largadas num cenário e vão sendo eliminadas até restar apenas uma. Neste caso, começam por estar em campo 60 concorrentes, que têm de superar uma prova de obstáculos. Os últimos classificados são eliminados, e podem começar um novo jogo ou assistir ao desenrolar daquele em que participaram, mas como espectadores. Os restantes progridem para o desafio seguinte. Este processo repete-se ao longo de cinco níveis, até sobrar apenas um vencedor.
Cada sessão de jogo prolonga-se por cerca de um quarto de hora. É relativamente pouco tempo, e por isso a derrota nunca é muito frustrante. Por isso e porque, à semelhança dos concursos que o inspiraram, Fall Guys: Ultimate Knockdown é cómico. Os personagens têm um aspecto ridículo, são uma espécie de amendoins coloridos que é possível personalizar com diferentes cores e padrões, além de disfarces tolos; os seus movimentos são toscos e amorosos; vê-los cair, rebolar e fazer figuras tristes nas corridas de obstáculos e desafios competitivos tem a sua piada.
Além de engraçado, tudo é caótico no bom sentido, ainda que, em última análise, vazio. Enquanto dura, a experiência é prazenteira, todavia quando se larga o comando não se retém nada. Lembra um snack ultraprocessado: é gostoso, mas pouco nutritivo. E não substitui uma refeição – ou um videojogo – mais substancial.
Disponível para PC e PlayStation 4.