Montemor-o-novo

Terceira e última paragem, Montemor-o-Novo não nos poupou a agradáveis surpresas e uma estadia que só nos faz querer voltar.

Montemor-o-Novo - Turismo do Alentejo
D.R.
Time Out em Associação com Entidade Regional de Turismo do Alentejo
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Com o castelo em pano de fundo, palmilhámos a cidade e despedimo-nos do Alentejo de barriga e coração cheio.

Para comer

Entre o tradicional e o moderno, a cozinha alentejana mantém-se de boa saúde em Montemor-o-Novo. Há espaço para a recriação de pratos tradicionais, viagens gastronómicas por Portugal e um regresso aos pratos clássicos… cantados.

Poda

Miguel Dominguinhos recebe-nos no Poda para um jantar de degustação onde nos mostra, em primeira mão, a novíssima carta do espaço. O empreendedor conta com João Narigueta – também chef do Híbrido, em Évora – como chef do Poda. Juntos pensam a carta, contactam os produtores e desafiam os locais com novos ingredientes. O objectivo? Aliar a sustentabilidade e a sazonalidade ao conceito de cozinha local. Desengane-se: não há só pratos alentejanos. Ali vive-se o tradicional português, em vários pratos. 

Entregues às mãos e às sugestões de Miguel e João, começamos com a sopa de mogando (6,50€) e o calducho de cogumelos (8€). Ainda nas entradas – mas já bem aconchegados – provamos ainda o coelho à São Cristóvão (7,50€) e as migas gatas (7,50€). 

O jantar teve ainda direito ao polvo de Natal (18€) e ao Borrego de Montemor (15€). Finalizamos com a mousse de chocolate caseira (4€), feita com cacau de uma fábrica local. A sensação de restaurante da comunidade vive-se até ao último segundo e é cheia de surpresas: toda a loiça usada no Poda é feita por Célia Macedo, ceramista local, que pensa com o proprietário e o chef todos os detalhes de cada prato.

Rua Sacadura Cabral, 25

A Ribeira

Há o cantar alentejano e há o cantar d’A Ribeira. O restaurante viralizou pela sua ementa cantada mas, ao vivo, é ainda mais inusitado. No espaço familiar onde trabalham três gerações, Carlos Carriço vai de mesa em mesa para uma mistura de música pop com letra pensada para as especialidades da casa. 

Com alguma fome e muita boa disposição, entregámo-nos directamente aos pratos principais: moelas de tomatada (5€/meia dose), migas à alentejana (5€/meia dose) e tiras de choco frito com batata frita e salada (8,50€/meia dose). As meias doses são generosas e dão para comer, partilhar e sobrar. Conseguimos ainda espaço para a sobremesa – bolo de bolacha (2,50€) e pudim da casa (2,50€) – e para dois dedos de conversa com Carlos, que sabe o impacto que a sua música tem nas visitas e que mostra que o faz, sobretudo, porque o faz feliz.

Rua de São Domingos

Para dormir

Os dias longos de viagem culminaram num espaço onde o tempo parece passar mais devagar: no L'And Vineyards Resort, a tranquilidade é estado permanente. O resort, com suítes de luxo, é muito mais do que um sítio para passar a noite. Os visitantes podem fazer o seu próprio vinho, desfrutar do spa com inúmeros tratamentos de beleza e bem-estar, dar um mergulho na piscina interior ou exterior. No restaurante Mapa e no Café da Viagem pode desfrutar de refeições com sabores de Portugal e do mundo. Há ainda provas de vinhos, tertúlias e um pequeno-almoço em buffet. 

As suítes privadas têm uma zona de convívio, casa de banho que inclui uma imensa banheira com vista para o exterior e, a surpresa e o derradeiro selling point, uma janela panorâmica no tecto para poder ver as estrelas. 

Herdade das Valadas, N4

Para visitar

Centro Interpretativo da Gruta do Escoural

O centro do Escoural ganhou uma nova vida com o Centro Interpretativo que faz a introdução às grutas da mesma localidade. Numa experiência imersiva, com direito a reconstituição do momento em que, numa pedreira, descobrem os corpos – e a respectiva gruta – até uma zona de realidade virtual onde podemos pegar em objectos encontrados, a experiência faz-nos embarcar numa viagem na história enquanto no centro da acção.

A segunda parte da visita foi in loco: a gruta do Escoural recebe (sempre com marcação) pequenos grupos para visitarem o espaço e observarem as pinturas rupestres, bem como as transformações ao longo do tempo. Com alguma imaginação, um olho clínico e uma guia com muito para contar, conseguem perceber-se as marcas deixadas pelos nossos antepassados. 

Rua Dr. António José de Almeida, Escoural

Montado do Freixo do Meio

É uma herdade, um montado, um pequeno ecossistema e ainda um ponto de interesse para os entusiastas do megalítico. O Freixo do Meio é um mundo com muitos mundos lá dentro e onde a natureza é prioridade. Existem, lá, 13 micro-fábricas onde se produzem enchidos, farinhas, azeite e muitos outros produtos. Procura-se ali retribuir à natureza aquilo que ela lhes dá e receber minimizando impactos ambientais. A herdade procura responder às necessidades pragmáticas da Humanidade e divide-se em quatro eixos: a área social – com alojamento local, loja, micro-fábricas e cantina –; 50 hectares destinados à conservação da natureza onde se aprende, inspira e investiga; 450 hectares de montado, onde se produz sem se destruir a natureza e ainda 100 hectares dedicados à agroflorestação. 

Na herdade, há ainda espaço para uma reconstituição de um menir megalítico e de uma aldeia, com fins arqueológicos de investigação. A própria herdade, sabe-se, foi casa de várias povoações. 

A visita ao Montado do Freixo do Meio deve culminar na loja, onde pode comprar todos os produtos de que vai ouvir falar na visita.

Herdade do Freixo do Meio

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