Ali vive-se sem pressas, sem ruas apinhadas e sempre com o “bom dia” a qualquer esquina. Afinal, se estamos em Mora, somos todos vizinhos, mesmo que por um dia. Há, no meio do sossego, segredos para desvendar.
De localidade em localidade, mantemos a tradição do bem comer alentejano e entregamos o nosso apetite a quem sabe. Comer em Mora é comer com qualidade, mas sempre com a sensação de casa.
Aqui não vai ao engano: logo na porta, o restaurante O Afonso tem as várias distinções e prémios que foi recebendo ao longo dos anos. O legado continua lá dentro: desde 1954 que se distingue em Mora pela comida típica alentejana, e muitos são os que por aqui passam só para uma refeição n’O Afonso.
A simpatia e o cuidado são grandes, como grandes são os pratos e a qualidade. Para começar, os ovos de codorniz em vinagrete (5,80€) e os cogumelos em vinagrete (5,80€) definiram o tom de uma refeição que tão cedo não esqueceremos. O prato principal fez-se em bom alentejano: migas de espargos, especialidade da casa, acompanhadas com suculentas presas de porco preto (24,50€). O toque final fez-se com clássicos da região: o Fidalgo (6€) e a Sericaia com Ameixa (4,50€).
Rua de Paiva, 1
A história também se faz dentro de portas, e o Lilases Boutique Hotel veio trazer uma lufada de ar fresco a Mora. Parece um contrassenso, mas para isso foram buscar a história da casa senhorial onde agora estão instalados, e onde se preservaram todos os pequenos pedaços da história e arte que ali viviam. As salas rosa e azul são um convite a que se descanse num ambiente relaxante e requintado.
Nos quartos, prima-se pelo conforto, num ambiente com tectos inclinados e camas king size e secretária – ainda que trabalhar seja a última coisa que apetece naquele lugar. Os pormenores fazem toda a diferença: quando chegámos ao quarto, havia um chá quente (e as temperaturas bem o pediam), chinelos e cama aberta para os hóspedes.
O ambiente familiar que se vive no Lilases Boutique Hotel faz-nos querer ficar mais tempo, e a comida caseira é um convite a jantar por casa. E como falamos de comida caseira, a escolha recaiu no cozido à portuguesa, uma opção que não está na carta, mas que a chef do hotel havia preparado naquela noite. Provado e aprovado!
Rua de Santo António, 8
O passeio demorado pela vila pode demorar uma hora ou um dia inteiro – tudo depende da vontade e do detalhe. Mas dentro e fora do centro, há surpresas e actividades lúdicas e culturais para as famílias.
À entrada ou à saída, o Fluviário de Mora é um imperdível para quem gosta de vida marinha e de saber mais sobre as espécies da região. Com espécies de água doce, nativas ou exóticas, o Fluviário está pensado como um curso de rio, da nascente à foz, com informações sobre o habitat.
Há duas (boas) surpresas: no exterior, as lontras fazem as delícias dos mais pequenos, com o seu ar amistoso. Na segunda parte do Fluviário, mais dedicada a espécies provenientes de outras regiões do mundo, uma imponente anaconda surpreende quem passa.
Parque Ecológico do Gameiro
O Alentejo é, como já tínhamos visto, rico em monumentos megalíticos e são vários os artefactos ali encontrados decorrentes das investigações de arqueólogos. O Museu Interactivo do Megalitismo faz o resumo das descobertas e retrata o período em três vertentes: vida, morte e contemplação. Os hábitos, materiais, rituais e a forma de viver dos nossos antepassados faz-se num museu onde o design se inspira na modelação do terreno para percorrer as várias áreas. Os painéis interactivos trazem um novo fôlego e uma forma mais dinâmica de conhecer a História. O museu preserva ainda o legado de Mora de uma outra forma: está instalado na antiga estação, mantendo a arquitectura original.
Rua da Estação, 4