piscinas naturais em portugal
Fotografia: Claudia van Zyl/ Unsplash
Fotografia: Claudia van Zyl/ Unsplash

Piscinas naturais em Portugal para mergulhar na natureza

Quando o bom tempo der ar de sua graça, aproveite para visitar as inúmeras piscinas naturais que o país tem para oferecer.

Raquel Dias da Silva
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A praia e as piscinas de hotel não são as únicas opções se quiser dar uns mergulhos ou ir chapinhar com as crianças. As piscinas naturais, por exemplo, têm muitas vantagens e são mais abundantes do que se possa pensar. Normalmente no meio da natureza, permitem-no observar a beleza selvagem que o rodeia, enquanto nada em águas sem cloro. Já para não falar que são excelentes alternativas para fugir de enchentes. Fomos à procura das piscinas naturais em Portugal mais imperdíveis e partilhamos esta lista para o fazer sair de casa. Aproveite e junte a família.

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Piscinas naturais em Portugal

  • Atracções

As coordenadas exactas são mais ao menos desconhecidas. A morada não é particularmente famosa, mas apenas porque esta é uma jóia resguardada do mundo no ponto mais alto do trilho dos moinhos da Parada, na freguesia de Lindoso. Para lá chegar, vai levar cerca de quatro horas e meia (mais ou menos sete quilómetros). Mas não bufe já: compensa a estafa, palavra de escuteiro. É que esta represa artificial recebe duas quedas de água que descem da Serra Amarela e se encontram numa piscina natural. Para encontrá-la, o melhor é perguntar pela cascata. Uma vez lá, pode mergulhar à vontade e tirar umas fotografias. Se está com medo de se perder antes de chegar, a Green Trekker costuma planear percursos até lá. É só estar atento à agenda.

  • Atracções
As lagoas da Serra d'Arga
As lagoas da Serra d'Arga

A Serra d’Arga chega aos 825 metros de altitude, em pleno sistema montanhoso da Peneda-Gerês, no Alto Minho. É um lugar para percorrer e apreciar. Há até quem lhe chame Montanha Sagrada, elogiando-lhe as cordilheiras graníticas, as cascatas e os bosques. Mas o melhor é que até encontrar as lagoas, sete ao todo, há-de cruzar-se com muitas espécies de bichos, em terra e nos rios, desde borboletas-limão até rãs-de-focinho-pontiaguado, passando pelo mal amado lobo-ibérico. Quando as encontrar, demore o olhar na água límpida e calma. Mas cuidado: não é minimamente temperada. Se não aguenta as praias da Nazaré, esta águas são igualmente polares. Se quiser ajuda para lá chegar, a Descubra Minho organiza caminhadas de Janeiro a Dezembro.

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Fonte dos Amores
Fonte dos Amores

Chama-se Fonte dos Amores, à semelhança da congénere de Coimbra, pelas juras de amor que já abençoou e cujos votos ainda estão cravados nas rochas. Localizada na vila de Boticas, muito perto das Termas de Carvalhelhos, por entre trilhos e calçadas, a queda de água cria uma piscina natural ladeada de penedias e árvores, que está integrada no percurso pedestre da Rota das Levadas, com cerca de cinco quilómetros. Para lá chegar o melhor mesmo é optar pelo acesso mais curto a partir do Castro de Carvalhelhos, onde encontra um caminho de terra pedestre rodeado de vegetação, que desce até ao rio.

  • Coisas para fazer
  • Grande Lisboa

Perto de Milreu, quase no centro do país, este é um dos locais mais conhecidos do concelho de Vila de Rei, talvez por ter sido um dos três finalistas do concurso Maravilhas de Portugal, na categoria de Praias de Rios, em 2012. Destaca-se desde logo pela passagem natural na rocha e pela ribeira a dividir o maciço rochoso. Às quedas de água que formam as piscinas naturais de Penedo Furado dá-se o nome de “bufareiras”. Com pouca profundidade, é ideal para programas em família, embora a praia também seja bastante procurada por campistas. No ponto mais alto, existe um rochedo imponente com uma enorme abertura de feitio afunilado, que dá nome à praia e onde foi criado o Miradouro do Penedo Furado. Daí poderá admirar a paisagem de serras e montes revestidos de pinhais, a ribeira do Codes, a albufeira da Barragem do Castelo de Bode e as casinhas das povoações envolventes.

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  • Grande Lisboa

A Cascata do Rio Mourão, ou de Anços, como é mais conhecida, serviu de cenário ao génerico da telenovela Jardins Proibidos, da TVI, e encontra-se entre as aldeias de Anços e Maceira, pertissímo da vila de Sintra e da cidade de Lisboa. Para lá chegar, é aconselhado calçado confortável para caminhada em terreno irregular, apesar de haver placas a indicar o caminho, que termina nas fragas por onde escorre um afluente do rio Lizandro e onde se forma uma piscina natural, protegida por vegetação cerrada e conjuntos rochosos, perfeitos para estender a toalha e atirar-se aos banhos.

  • Atracções

Conhecida por Pateira de Fermentelos, é a maior lagoa natural da Península Ibérica e integra a Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro. Situada no triângulo dos concelhos de Águeda, Aveiro e Oliveira do Bairro, antes da confluência do rio Cértima com o rio Águeda, a zona é muito rica em fauna, flora e espécies aquáticas. Para além de mergulhar e dar umas braçadas, vale a pena percorrer as margens do lago, pescar e fazer um passeio numa das tradicionais bateiras (barco pequeno, de fundo chato) ou de bicicleta aquática, uma espécie de “gaivota”, que pode ser alugada no miradouro. A paisagem convida ainda a fazer-se acompanhar de máquina fotógrafica, para alimentar as redes sociais de imagens tão bonitas quanto naturais. Exacto, nada de selfies. É mesmo para deixar o ego de lado e eternizar o verde e azul à sua volta.

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  • Atracções

Esta é uma espécie de santuário para os amantes da natureza. A começar logo pelo facto de ser a única praia fluvial portuguesa situada num vale glaciário (no Vale glaciar de Loriga, cujos vestígios ainda hoje são visíveis). Conhecida pela sua água cristalina, que brota de uma nascente na serra, tem várias piscinas, incluído duas mais adequadas a crianças, e já foi premiada pela qualidade, com Bandeira Azul e um galardão de ouro, este atribuído pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza. Além de ser de fácil acesso, tem parque de estacionamento e de merendas, para que piquenicar nunca deixe de fazer parte do programa de festas. Mas atenção: também vale a pena visitá-la no Inverno, quando as montanhas que a circundam se encontram cobertas de neve e as águas correm mais fortes pela cascata.

  • Atracções

Para encontrar este recanto paradisíaco, basta fazer uma caminhada de dez a 15 minutos a partir da aldeia dos Pardieiros. A Fraga da Pena, em plena Paisagem Protegida da Serra do Açor, corresponde a um acidente geológico atravessado pela Barroca de Degraínhos, que resultou num conjunto de quedas de água sucessivas, com mais de dez metros de altura, que se precipitam em piscinas naturais. Sim, há mais do que uma e são frias. Se não tiver coragem para entrar, pode ficar simplesmente a contemplar o cenário. Tem é de ter atenção, porque de vez em quando há veraneantes que gostam de ir a banhos como vieram ao mundo.

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  • Grande Lisboa

Situada na bacia hidrográfica do rio Tejo, na Ribeira de Seda, esta barragem alimenta, em conjunto com a Barragem de Montargil e a Barragem de Magos, o Canal do Sorraia, um sistema de irrigação agrícola português, que beneficia cerca de 1500 proprietários de hectares. Obra dos anos 50, destinada sobretudo à rega, é uma das maiores do norte alentejano. O lago artifical situa-se numa zona de planície de grande beleza e o miradouro do Maranhão permite desfrutar da vista sobre a albufeira, as pastagens e as searas envolventes. Quando o nível da água desce a valores muito baixos, surgem zonas de lamas expostas que atraem limícolas e outras aves aquáticas. Mas na maior parte do tempo é ideal para nadar e andar de canoa.

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  • Rios, lagos e lagoas

Escondida numa encosta escarpada, mesmo ao lado de um pitoresco porto de pesca, está uma das mais bonitas piscinas do arquipélago dos Açores: a Piscina Natural da Caloura. Numa minúscula península dentro da baía é possível tomar banhos de água salgada a contemplar a hipótese de passar a tarde em sites de imobiliárias para saber quanto custa comprar uma casa (spoiler: muito dinheiro). Se os mergulhos lhe derem fome, o restaurante e bar Caloura, mesmo ao lado da piscina, serve peixe fresco (o “peixe do dia”). O menu depende do que o mar providenciar, mas pode encontrar peixes como atum, bicuda, tainha, serra e chicharro. A esplanada convida a ficar, nem que seja pela cerveja.

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  • Rios, lagos e lagoas

É no Parque de Lazer da Cabreia, no concelho de Sever do Vouga, que se esconde esta que é uma das mais belas cascatas do país. Formada pelas águas do Rio Mau, a queda de água tem 25 metros de altura e não há quem resista a um mergulho na piscina fluvial onde desagua, sobretudo nos dias de maior calor. À volta, a emoldurar o cenário, há verde a perder de vista e uma atmosfera romântica onde o silêncio impera. Nas imediações existe ainda um parque de merendas com as respectivas estruturas de apoio, nomeadamente mesas para piquenique, churrasqueiras, casas de banho e fonte de água potável. Se gosta de caminhadas, a paisagem e a geografia também convidam a fazer um percurso pelos bosques e partir à descoberta das antigas Minas do Braçal e da Malhada. 

  • Atracções

Próxima da povoação de Albergaria da Serra, no concelho de Arouca, encontra a Serra da Freita, onde a Cascata da Frecha da Mizarela, alimentada pelas águas do rio Caima, é jóia e coroa em pleno rochedo granítico, a uma altitude de 910 metros. Além de ser a mais alta de Portugal continental, com uns imponentes 75 metros de altura, a queda de água pode ser apreciada de perto e longe, a partir do Miradouro da Frecha da Mizarela, junto ao lugar da Castanheira. Se descer pela vegetação, usando os trilhos existentes, não se esqueça de sentir as águas frias do rio Caima e pôr-se a caminho dos lagos onde é possível mergulhar. Aproveite o passeio pelo Arouca Geopark e vá também à procura do Contacto Litológico da Mizarela e das famosas Pedras Parideiras.

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  • Atracções
  • Grande Lisboa

Perto de Pavia, no Alto Alentejo, escondem-se discretas as Azenhas da Seda, com antigas azenhas, rápidos e cascatas, todas alvo de romaria no Verão para quem gosta de experiências radicais, mas também para quem quer dar apenas uns mergulhos na Ribeira. Este tesouro natural esteve muitos anos ao abandono até um casal de lisboetas perceber o potencial do cenário e decidir dar vida a um projecto de aquaturismo, com tendas de glamping junto às rochas, localização perfeita para quem se quiser aventurar na canoagem ou na escalada. O alojamento é exclusivo a hóspedes, claro, mas entrar na água para se refrescar continua a ser grátis. Atenção: a rede aqui é pouca ou quase inexistente e a localidade mais próxima, Cabeção, fica a cerca de seis quilómetros. 

  • Coisas para fazer
  • Leça da Palmeira

Embora possa não parecer, a Piscina das Marés, projectada pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira na praia de Leça, em Leça da Palmeira, conta já com mais de meio século de história. Construído na década de 1960 e inaugurada seis anos mais tarde, o espaço conta com duas piscinas de água salgada – uma só para crianças e outra para adultos – e foi entretanto alvo de um profundo e minucioso trabalho de conservação, restauro e reabilitação, levado a cabo pela Câmara Municipal de Matosinhos. Na época balnear, está aberta das 09.00 às 19.00 e o acesso faz-se através da compra de um bilhete. De segunda a sexta-feira, um dia inteiro custa 7€ para adultos e 4,50€ para crianças dos quatro aos 13 anos. Aos fins-de-semana, fica por 9€ e 6€, respectivamente. Meio dia é sempre mais barato, mas pode consultar o tarifário público aqui.

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No centro da vila histórica, em Cantanhede, esta piscina natural, também conhecida como praia fluvial de Ançã, é alimentada pelo frio caudal da Fonte de Ançã, um espectáculo raro, com um volumoso caudal superior a 20.000 litros por minuto. Embora só funcione durante os meses de Verão, a piscina é vigiada todos os dias por um nadador-salvador e beneficia de um bar de apoio, o Quintal da Fonte, que também costuma dinamizar várias actividades socio-culturais. Com diferentes alturas para crianças e adultos, é perfeita para ir a banhos em família.

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Nas instalações do Clube Naval do Seixal, relativamente perto da Praia da Lage, em Porto Moniz, o Complexo Balnear do Seixal tem uma piscina natural de água salgada e origem vulcânica, onde o mar entra naturalmente. Embora tenha sido recuperada, à semelhança das áreas circundantes, mantém as suas características peculiares salvaguardadas. Com entrada livre, encontra-se também dotada de uma zona de solário com espreguiçadeiras, bar de apoio e instalações sanitárias com duche. Se quiser fazer um programa em família, aproveite para alugar caiaques e equipamento de mergulho.

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  • Atracções
Piscinas Naturais do Porto Moniz
Piscinas Naturais do Porto Moniz

Formadas por lava vulcânica, onde o mar entra naturalmente trazendo água cristalina, as piscinas naturais do Porto Moniz são um ex-libris da vila, a que pode aceder por apenas um 1,50€ (sim, a maior parte das piscinas naturais não custam um chavo, mas vai valer a pena). O espaço, composto por uma área de solário e outra de natação, é uma atracção para milhares de turistas, nacionais e estrangeiros, por causa da beleza, mas também pela qualidade da água salgada e das infraestruturas, que correspondem na perfeição ao nível de excelência deste complexo balnear. As temperaturas de águas médias anuais costumam encontrar-se entre os 20.º e os 21.º graus. Perfeito, pensa. Mas para ficar ainda melhor: estas piscinas contam com com um bar de apoio, balneários, parque infantil, posto de primeiros socorros, espreguiçadeiras e chapéus-de-sol para aluguer. Já para não falar da presença constante de nadadores salvadores. Um mimo.

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