À primeira vista, a PlayStation 5 (PS5) não é a máquina mais apelativa que a Sony alguma vez concebeu. Antes pelo contrário: é tão grande que algumas pessoas vão ter dificuldade em arranjar espaço para ela no móvel da sala ou no quarto, e tem uma estética “arrojada”, no pior sentido da palavra; é aquilo que em bom português se chama um mamarracho. Ainda assim, apesar do mau aspecto, é um objecto desejável e é fácil recomendar a sua compra durante o período de lançamento, aliás, nunca uma consola da marca japonesa foi tão imediatamente recomendável. Tudo graças aos videojogos que a acompanham.
O grande trunfo da PS5 é o remake de Demon’s Souls, o seminal RPG (role-playing game) de Hidetaka Miyazaki, que é um exclusivo da consola e será lançado juntamente com ela, na quinta-feira, assim como Astro’s Playroom, Godfall ou Destruction All Stars. Spider-Man: Miles Morales é outro título muito aguardado e que só se encontra nas máquinas da Sony, se bem que também está disponível na PS4, tal como Sackboy: A Big Adventure. Além destes exclusivos, o cardápio inicial inclui alguns dos maiores blockbusters do ano, como Assassin’s Creed: Valhalla, Call of Duty: Black Ops – Cold War, ou Watch Dogs: Legion, entre outros.
E ainda há os jogos da PS4. Ao contrário das consolas domésticas vendidas pela Sony ao longo da década que passou, a PS5 é retrocompatível com a maior parte dos videojogos lançados nos últimos anos, e os assinantes do serviço PlayStation Plus vão poder descarregar e jogar 20 dos melhores títulos do catálogo da PS4, a custo zero, assim que comprarem o novo equipamento. Entre os títulos incluídos na chamada PlayStation Plus Collection estão clássicos modernos como Bloodborne, Final Fantasy XV: Royal Edition, Persona 5, Resident Evil VII: Biohazard ou The Last of Us Remastered.
Como é óbvio, o hardware onde vamos jogar estes e outros jogos ao longo dos próximos anos é muito mais rápido e poderoso do que a boa e velha PS4. Os gráficos são melhores (ainda que não muito, por enquanto), mas a principal diferença é a velocidade da consola: os tempos de carregamento são breves, quase inexistentes, graças ao novo disco SSD, e é possível saltar do menu inicial para níveis e missões em específico sem ter sequer de abrir o jogo. Parece um detalhe sem importância, no entanto pode revolucionar a forma como nos relacionamos com os jogos de vídeo – só o tempo o dirá.
O novo comando, o DualSense, também é potencialmente revolucionário. Num título como Astro’s Playroom, a vibração tosca a que estamos habituados nos videojogos é substituída por uma percepção háptica mais subtil, com os motores de vibração a simularem diversas sensações. Além disso, os gatilhos também apresentam diferentes tipos de resistência, de acordo com a situação. No entanto, há muitos jogos, incluindo exclusivos da Sony, que não aproveitam minimamente o potencial dos novos comandos, e é bastante provável que os pequenos e grandes estúdios que têm de programar o mesmo jogo para diversas plataformas (cujos comandos não têm as mesmas capacidades) ignorem estas funções.
Agora as más notícias: tudo indica que não será fácil meter as mãos num destes comandos nos próximos meses. A PS5 é lançada esta quinta-feira em Portugal, mas já está esgotada. Tanto a edição standard, à venda por 499,99€, como a edição digital, que custa 399,99€ e não tem leitor de blu-ray, se encontram indisponíveis nas principais lojas online, e não devem chegar suficientes unidades a Portugal até ao Natal. Mas vão chegar algumas. E vale a pena procurar por elas.
Recomendado: Xbox Series X/S: o futuro dos videojogos começa aqui