Praça de Espanha
©NPKA praça da água da nova Praça de Espanha
©NPK

Projectos que vão mudar a cidade em 2021

Um novo cais, um mega-jardim ou a reabertura de uma estação há muito desejada. 2021 tem planos na manga para Lisboa.

Renata Lima Lobo
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Foi um 2020 difícil, quase totalmente dedicado à contenção e combate de um bicho estranho que nos veio arruinar a vida. Ele ainda não se foi embora, mas 2021 pode ser um ano decisivo para um lento retomar da vida pré-Covid. Será também um ano cheio de planos para a cidade de Lisboa, que vai ganhar um jardim muito verde e bem regado e um novo cais junto ao Tejo, além de recuperar o acesso a uma estação de metro há muito tempo encerrada para obras. Bem-vindos a 2021.

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Conclusão da Frente Ribeirinha

É um dos grandes projectos para o espaço público da cidade, já viu algumas das suas fases concluídas, mas falta terminar e em grande. A frente ribeirinha de Lisboa, entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré tem sido alvo de uma profunda transformação nos últimos anos. Mais recentemente, a cidade viu terminada a requalificação do Muro das Namoradeiras e foi inaugurado o Centro Interpretativo da História do Bacalhau, a nova atracção do Terreiro do Paço. Falta acabar de montar algumas das peças mais importantes: a abertura ao público da Doca da Marinha, onde será criada uma avenida pedonal, arborizada e ciclável; e a reabilitação da Estação Sul e Sueste, à qual será devolvida a traça original de 1929. Na estação será criado um posto de acostagem do navio histórico Creoula e três novos pontões para receber embarcações de operadores turísticos e das empresas transportadoras entre as duas margens. O documento que apresenta o Orçamento Municipal para o próximo ano diz que a conclusão do projecto está marcada para 2021.

Da Praça de Espanha ao Beato

Há seis anos que o programa municipal Uma Praça Em Cada Bairro está a intervir por toda a cidade, com o objectivo de criar novos centros, retirar espaço aos carros e devolver o espaço público a quem anda a pé. O projecto para a Praça de Espanha é o mais emblemático e já não deve faltar muito para o novo espaço verde da cidade poder ser usufruído por todos. A conclusão estava prevista para o final deste ano, mas 2021 será o ano em que poderá conhecer bem de perto os “Os caminhos da água”, do atelier NPK – Arquitectos Paisagistas Associados, a proposta que se sagrou vencedora do concurso internacional promovido pela câmara de Lisboa. Propôs a renaturalização da ribeira do Rego e a construção da chamada Praça da Água, uma área de polidesportivos informais em campos relvados e espaço público com bancadas de apoio para refeições. Além de um anfiteatro com capacidade para 300 pessoas, inclui a instalação de ponte de ligação à entrada principal da Gulbenkian, mas com um mecanismo retráctil para encerramento no período nocturno.

Também em execução está a Alameda do Beato, que entrou em obras a 1 de Setembro, com prazo de execução de 230 dias. O projecto de requalificação é do atelier Orgânica Arquitectura, que venceu o concurso público, numa área de intervenção que anda à volta dos 6000 metros quadrados, entre a Alameda do Beato, junto ao convento, e a Rua do Beato. O projecto prevê a abolição do parque de estacionamento não oficial que fez desta alameda um espaço refém do estacionamento abusivo. O pavimento escolhido é um pouco mais escuro do que o habitual na cidade, já que a escolha recaiu sobre uma rocha que dá pelo nome de gabro. Mas, em contraste, o adro da igreja vai receber um pavimento de pedra lioz e ao longo da alameda serão instaladas novas árvores idênticas às existentes.

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Reabertura da Estação de Arroios

Vai ser o grande acontecimento para os moradores da zona de Arroios, ou mesmo da Penha de França, que encontram na Estação de Arroios a ligação mais rápida a muitas outras zonas da cidade. A reabilitação da Estação de Arroios sofreu atrados devido a desentendimentos com o anterior empreiteiro. Uma obra que começou em Julho de 2017 e cuja conclusão estava prevista para o primeiro semestre de 2019. O novo contrato foi celebrado em Setembro desse ano e, se tudo correr como esperado, a inauguração está prevista para Setembro de 2021. Esta reabilitação passa pela ampliação do cais de 70 para 105 metros, o que irá permitir receber composições de seis carruagens; pela reformulação dos átrios, reorganizando os espaços comerciais; e introdução de elevadores para pessoas com mobilidade reduzida. Em Agosto, durante a inauguração do átrio norte da estação do Areeiro, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, lançou um novo desafio ao empreiteiro: fazer com que a obra fique pronta a tempo do Santo António. Mas será que devemos sonhar tão alto?

Uma Praça no Hub Criativo do Beato

O espaço de 35 000 m2 em Marvila onde funcionou a antiga Manutenção Militar está nas mãos da Startup Lisboa, a responsável pela selecção dos futuros ocupantes dos mais de 20 edifícios do Hub Criativo do Beato, um dos grandes projectos para a cidade de Lisboa nas áreas da tecnologia, inovação e indústrias criativas. E já há alguns inquilinos seleccionados, como a incubadora de startups Factory ou o Super Bock Group. E até já há um futuro ocupante com data (aproximada) marcada para a abertura. É A Praça, que chega ao Hub em meados de 2021, um espaço onde os visitantes podem adquirir produtos de alguns dos melhores pequenos e médios produtores de todo o país, bem como aprender com eles e provar os ingredientes em espaços de restauração. Os chefs Bernardo Agrela e Francisco Sousa Magalhães são dois dos nomes avançados.

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Mais hortas urbanas

O desenvolvimento da agricultura urbana tem sido uma aposta da Câmara Municipal de Lisboa desde 2007 e hoje a cidade tem cerca de 800 talhões – se só contarmos com os que são atribuídos pela autarquia e estão distribuídos por 20 Parques Hortícolas Municipais. Um número que pode subir se juntarmos as hortas comunitárias e privadas. "Sabemos que o território é finito, mas vamos conseguir ter mais espaço para hortas e, no início de 2021, vamos atribuir mais 50 talhões para cultivo”, anunciou o vereador do Ambiente, José Sá Fernandes, durante a apresentação de três publicações digitais e gratuitas que desafiam os lisboetas a calçar as galochas.

Semáforos informativos

Os semáforos para peões não têm conquistado o respeito que mereciam, a bem da segurança rodoviária. Os peões desconfiam da utilidade dos botões para acelerar o processo de atravessamento e, havendo pouco trânsito, os transeuntes arriscam quase sempre chegar ao outro lado estilo rãs no clássico jogo Frogger. Também é comum ainda irmos a meio da passadeira quando o semáforo fica vermelho para os peões. Por isso mesmo, e a EMEL iniciou um processo de modernização da sinalização luminosa automática para peões, com a instalação de ópticas LED que informam quanto tempo as pessoas têm para atravessar, evitando assim alguns momentos de maior inquietação. Já estão colocadas no Campo Grande, em Benfica e no Eixo Ribeirinho e até ao final de 2021 está prevista a instalação da sinalização em mais 270 intersecções nas vias da cidade com maior tráfego pedonal ou próximas de escolas e estabelecimentos de saúde. O objectivo final é alargar a nova sinalização a toda a cidade.

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Mais saúde para Lisboa

Ficou claro em 2020 que o importante é a velha e tão verdadeira expressão “haja saúde”. Por isso mesmo destacamos a inauguração de três novas Unidades de Saúde Familiar (USF) no próximo ano. O Orçamento Municipal para 2021 atribui 14 milhões de euros para a construção de 12 novas Unidades de Saúde Familiar (USF), mas há três que estão em obra e abrem no terceiro trimestre do próximo ano, numa parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e o Ministério da Saúde. As USF do Beato, Ajuda e Restelo, que inauguram em 2021, terão capacidade para dar resposta a 15 200 utentes e, além dos habituais cuidados de saúde primários, vão inclui apoio domiciliário, meios complementares de diagnóstico, medicina dentária e consultas de nutrição, entre outros serviços.

As jóias da coroa portuguesa em exposição

Brevemente, vai poder ver bem de perto as jóias da coroa portuguesa no Palácio Nacional da Ajuda. Junho de 2021 é a data prevista para a inauguração do Museu do Tesouro Real e também da ala poente do edifício, que nunca foi terminada, em 200 anos. Em 2018, foi apresentado o projecto de remate deste Monumento Nacional, que apresenta um desenho mais contemporâneo a sublinhar a diferença de mais de 200 anos entre as intervenções. E é na ala poente que vai poder ver o museu, uma exposição permanente que inclui uma caixa forte com 900 exemplares da colecção de joalharia que inclui as Jóias da Coroa, 6340 exemplares da colecção de ourivesaria e um acervo iconográfico e documental de 172 peças. O projecto também inclui um novo elemento exterior: uma escadaria inspirada numa outra prevista no primeiro projecto para o palácio e que nunca chegou a ser construída.

Planos para 2021

  • Coisas para fazer
  • Eventos noturnos

Depois de um 2020 com actividade celestial modesta, é natural desejar-se um novo ano um pouco mais surpreendente. Tirando um eclipse anular do Sol em Junho, não vai ser o caso: os astroturistas, amadores e profissionais vão ter de se contentar com os poucos fenómenos previstos e lembrar-se que o que interessa é ver as estrelas a brilhar. É que, apesar do calendário astronómico para 2021 contar com fenómenos raros, a maior parte dos espectáculos não vão ser visíveis a partir de Portugal. De qualquer forma, para não perder pitada do que se vai passar lá em cima, espreite esta lista de eventos astronómicos e comece a pensar nos dias à janela, no jardim ou no terraço, a apreciar eclipses e chuvas de meteoros.

  • Coisas para fazer

É impossível dizer com certeza quando tudo voltará a ser como dantes, com a agenda das cidades a rebentar pelas costuras e os pais a desesperar não porque não sabem o que fazer aos miúdos, mas porque têm muito por onde escolher. Ainda assim, se já está a sonhar com o novo ano, na esperança que possamos todos voltar à “normalidade” com o virar da página, esta lista é para si. Sem garantias, procurámos razões para sorrir e antecipamos as melhores coisas para fazer em família em 2021, incluindo exposições interactivas e o maior drive-in de Natal da Europa.

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  • Coisas para fazer
  • Jogos e passatempos

A indústria dos videojogos não foi prejudicada pela pandemia em 2020 – antes pelo contrário. E deve continuar a crescer no próximo ano, à medida que mais pessoas conseguirem comprar as novas consolas PlayStation 5 e Xbox Series X/S, e forem lançados exclusivos como Halo Infinite, da Microsoft, ou Gran Turismo 7, da Sony. São dois dos jogos mais aguardados de 2011, mas não são os únicos. Títulos como Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2, Far Cry 6 ou Resident Evil 8: Village também vão fazer correr muita tinta. Cá os esperamos.

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