A Brasileira tornou-se um sítio de passagem e ponto de encontro, com a estátua de Lagoa Henriques a provocar selfies de turistas ao colo de Fernando Pessoa. Mas ainda por ali paira alguma da mística do lugar, palco de tertúlias intelectuais da geração de Orpheu, a justificar uma reconciliação. Isto para não falar de ser obrigatório carimbar no passaporte de todos os lisboetas com um café ao balcão, vindo do lote da casa.
Desde a morte de Fernando Pessoa que a frenética existencial do poeta é tema. As cartas, os poemas, os heterónimos, a urgência na criação levou-o além da centena de trabalhos e deixou algumas questões por responder: como é que, em 47 anos, o autor de "Tabacaria", "Mensagem" ou "Ode Triunfal" pôde ser tão profícuo e tão bom cliente dos botequins da cidade? A verdade é que o foi, contornando histórias de vinho, absinto e ópio, palmilhando as ruas de Lisboa de café em café, tasca a tasca. Alguns dos espaços desapareceram, outros transformaram-se, mas uns continuam por cá. Neste dia da poesia vamos recriar os passos de Pessoa de forma recreativa: um rally tascas pelos sítios onde o poeta bebeu
Recomendado: Um roteiro literário de Lisboa pelas casas dos escritores