O histórico vocalista dos Da Weasel é uma das figuras mais reconhecidas da música portuguesa desde a década de 1990. E emprestou a voz a Venom, um dos vilões de Marvel’s Spider-Man 2.
Não estava à espera de te ouvir num videojogo. Como é que isto aconteceu?
Foi uma coisa um bocado inesperada, mesmo. Mas sabes que eu cresci muito no imaginário da Marvel e de videojogos também, apesar de hoje em dia não ter muito tempo para me dedicar a jogos. E o Spider-Man era um dos meus predilectos. Na altura, não havia sequer o Venom, esse personagem não existia quando eu era puto e comprava os livros. Mas, quando me fizeram o convite, aceitei quase imediatamente. Principalmente por ser um vilão.
A tua voz está muito diferente. Tiveste de a modular ou foi tudo feito na pós-produção?
Fui para o estúdio naquela de fazer uma voz acima de tudo grave, como consigo fazer. Mas depois a direcção da autores é muito porreira e muito eficaz também, e obrigaram-me a ir a um sítio que não vou muitas vezes, que é um lugar muito cavernoso, muito escuro, muito arrastado. E mesmo na gravação original é muito difícil de perceber que sou eu. Depois com o processamento, com os filtros, com os plug-ins, a coisa ganha uma dimensão incrível.
Quando gravaste as tuas linhas já tinhas ouvido o original americano do Tony Todd?
Sim. Tinha a voz original para comparar.. [O Tony Todd] é um actor com uma voz do caraças, e o Candyman para mim é um filme de referência. Isso levou a esforçar-me ainda mais para estar à altura dele e trazer alguma coisa de diferente [ao personagem]. Até porque, não desvirtuando o original, acaba por haver sempre um espaço, ainda que limitado, para uma certa interpretação.