Spider-Man 2
© Marvel 2023Marvel's Spider-Man 2
© Marvel 2023

Com grandes orçamentos vêm grandes responsabilidades

‘Marvel’s Spider-Man 2’ é mais um colossal sucesso de vendas com a chancela dos PlayStation Studios. Mas está longe de ser perfeito.

Luís Filipe Rodrigues
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★★★★☆

Há muito que os jogos de vídeo se tornaram a mais valiosa indústria cultural, ultrapassando todas as outras, incluindo a música e o cinema. Hoje, os maiores videojogos têm orçamentos de centenas de milhões de euros e precisam de vender dezenas milhões de unidades para serem rentáveis, o que tem contribuído para uma progressiva formatação e uniformização destes blockbusters – tal como acontece no grande ecrã. Marvel’s Spider-Man 2, um dos mais aguardados títulos do ano, protagonizado por um dos mais famosos super-heróis do mundo e produzido pelos estúdios Insomniac, com a chancela da PlayStation Studios, não foge à regra. E é esse o seu principal defeito.

A história e os diálogos surpreendem, apesar das liberdades narrativas tomadas. Visual e tecnicamente também está tudo certo. O problema é tentar ser e fazer demasiadas coisas ao mesmo tempo – os flashbacks e as sequências furtivas são desnecessárias – e ter dois Homens-Aranhas para controlar, o que reduz tanto a imersão como a identificação com os personagens.

Nos melhores momentos, porém, quando os heróis se deslocam a alta velocidade por Nova Iorque, saltando de teia em teia, parando pequenos crimes e ouvindo podcasts, a caminho de um objectivo ou sem rumo definido, é soberbo; uma das melhores experiências que vamos ter este ano com um comando nas mãos. Há até uma justificação ludonarrativa para perder tempo com estas distracções – mesmo quando a vida dos protagonistas está um caos e o tempo não chega para tudo.

Disponível para PlayStation 5

Três perguntas a... Carlão

O histórico vocalista dos Da Weasel é uma das figuras mais reconhecidas da música portuguesa desde a década de 1990. E emprestou a voz a Venom, um dos vilões de Marvel’s Spider-Man 2.

Não estava à espera de te ouvir num videojogo. Como é que isto aconteceu?
Foi uma coisa um bocado inesperada, mesmo. Mas sabes que eu cresci muito no imaginário da Marvel e de videojogos também, apesar de hoje em dia não ter muito tempo para me dedicar a jogos. E o Spider-Man era um dos meus predilectos. Na altura, não havia sequer o Venom, esse personagem não existia quando eu era puto e comprava os livros. Mas, quando me fizeram o convite, aceitei quase imediatamente. Principalmente por ser um vilão.

A tua voz está muito diferente. Tiveste de a modular ou foi tudo feito na pós-produção?
Fui para o estúdio naquela de fazer uma voz acima de tudo grave, como consigo fazer. Mas depois a direcção da autores é muito porreira e muito eficaz também, e obrigaram-me a ir a um sítio que não vou muitas vezes, que é um lugar muito cavernoso, muito escuro, muito arrastado. E mesmo na gravação original é muito difícil de perceber que sou eu. Depois com o processamento, com os filtros, com os plug-ins, a coisa ganha uma dimensão incrível.

Quando gravaste as tuas linhas já tinhas ouvido o original americano do Tony Todd?
Sim. Tinha a voz original para comparar.. [O Tony Todd] é um actor com uma voz do caraças, e o Candyman para mim é um filme de referência. Isso levou a esforçar-me ainda mais para estar à altura dele e trazer alguma coisa de diferente [ao personagem]. Até porque, não desvirtuando o original, acaba por haver sempre um espaço, ainda que limitado, para uma certa interpretação.

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É uma consola deste tempo, em que estamos habituados a jogar em vários contextos e lugares. Com vários títulos exclusivos.

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Já é possível entrar em qualquer loja e comprar a PlayStation 5. E estes são os melhores jogos para acompanhá-la.

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