Sente-se ao leme desta máquina do tempo e aproveite os dias de confinamento para saber mais sobre a história da sua terra. Saiba como explorar o lisboaromana.pt.
Os lisboetas sabem bem o que costuma acontecer quando se cava um buraco em Lisboa. É frequente a presença de arqueólogos nas obras que vão escavando a cidade e aqui e ali vamos recebendo notícias do passado. Como aquela das relíquias nas escavações dos novos ecopontos subterrâneos. Ou a outra, em que O Solar dos Presuntos queria expandir a cozinha e acabou a desenterrar esqueletos com 2000 anos.
Alguns achados arqueológicos da época romana são bem conhecidos e visitáveis, como é o caso do Teatro Romano ou das Galerias Romanas da Rua da Prata, às quais pode descer duas vezes por ano (excepto em tempo de pandemia). Mas outros estão escondidos ou merecem um olhar mais atento. No novíssimo lisboaromana.pt encontra 270 pontos arqueológicos georeferenciados e distribuídos pelos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML), além de 15 percursos pedonais, centenas de fotografias, animações 3D ou 27 QR codes espalhados pela cidade (e há mais a caminho). Um projecto chamado Lisboa Romana | Felicitas Iulia Olisipo que se iniciou em 2017 depois de um desafio lançado pela Câmara Municipal de Lisboa – e que envolveu 250 investigadores, dez centros de investigação de seis faculdades, empresas de arqueologia, hotéis e equipamentos culturais da Grande Lisboa, além a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) ou o Núcleo Arqueológico da Rua dos Correeiros. Juntos dão-lhe agora a conhecer um vasto número de conteúdos sobre um território que foi ocupado pelos romanos entre 138 a.C., data da chegada do primeiro contingente militar romano ao Rio Tejo, e 469 d.C., quando Olisipo foi entregue aos Suevos (a nossa primeira aprendizagem ao navegar nesta Lisboa Romana).
Outra vertente da plataforma é o separador “A acontecer”, onde são divulgados todos os eventos relacionados com o tema, como palestras, workshops, lançamentos de livros e até de produtos. Está prometida, por exemplo, uma parceria com a Conserveira de Lisboa para a criação de uma “refeição gourmet”, bem como o lançamento oficial do Anphoras da Gallaecia, um vinho romano condimentado com mel e especiarias criado por arqueólogos na Região Demarcada do Douro. Para já, seja muito bem-vindo a Felicitas Julia Olisipo.
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