Oeiras Ignição Gerador
©DRSalvador Sobral participa no Oeiras Ignição Gerador
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Tudo o que precisa de saber sobre o festival Oeiras Ignição Gerador

O festival virtual Oeiras Ignição Gerador quer pensar o futuro da cultura. Saiba o que vai acontecer entre 18 e 20 de Junho

Renata Lima Lobo
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É virtual, mas tem um recinto. É à distância, mas tem comida e cerveja. E também tem casa de banho. Organizado pela associação Gerador com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras, o Oeiras Ignição Gerador é um festival cultural virtual, com morada em gerador.eu. É aí que está o recinto, com oito espaços, por onde se vai estender um programa composto por 40 artistas, decisores e pensadores de várias áreas. Mas para assistir a concertos, conversas, performances e masterclasses tem de passar primeiro pela bilheteira: o passe de um dia custa 15€ e o de três sobe para 29€, mas os sócios Gerador e os residentes de Oeiras pagam apenas 9€ para todo o evento. Sortudos.

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Oeiras Ignição Gerador

Os grandes palcos

Há dois grandes palcos por onde ir saltitando: o Palco Oeiras e o Palco Gerador. Logo no primeiro dia, quinta-feira, o Palco Oeiras vai ser feito de muito falatório, num conjunto de conversas que vão reflectir sobre a cultura. Às 11.30, por exemplo, pode ver e ouvir o painel “Como está a cultura hoje?”, onde os convidados Alexandre Farto (Vhils), Ana Matos Fernandes (Capicua), Jorge Barreto Xavier e o coreógrafo Rui Horta vão falar sobre os resultados do Barómetro Gerador Qmetrics, um estudo anual sobre a percepção da cultura em Portugal apresentado no painel anterior. Salvador Sobral também se vai juntar à reflexão, mas às 16.00, na conversa “O que muda no consumo da cultura?”, que também conta com a jornalista Margarida Pinto Correia, a artista Grada Kilomba e Sérgio Machado Letria, director da Fundação José Saramago. À noite, ligue-se ao Palco Gerador, onde às 20.30 pode assistir a um concerto ao vivo de Luís Severo.

Na sexta-feira, o Palco Oeiras será o palco surpresa. Nas chamadas "Apresentações", um conjunto de 11 convidados vai aparecer para falar, em janelas de meia hora, sobre um tema que é apenas revelado no próprio dia. Entre eles estão a actriz Maria João Luís, Tó Trips, Selma Uamusse, ou mesmo o Chef Kiko. Não precisa de andar muito para chegar ao Palco Gerador, onde às 19.00 pode celebrar o final da tarde com as cumbias, kizombas, funanás, salsas e merengues do DJ La Flama Blanca. Logo a seguir, às 20.30, sobe ao palco a obra performativa “Espero-te bem”, criada em exclusivo para o festival, sobre a “Grande Crise de Saúde Pública de 2020”.

No último dia, sábado, vai ter muito que aprender no Palco Oeiras. São seis as masterclasses planeadas e entre os pedagogos de serviço encontra, às 16.00, a actriz Carla Maciel, na masterclass “Como fazer teatro no século XXI?”, ou, às 17.00, o ilustrador Nuno Saraiva, em “A caricatura política voltou para ficar?”. O encerramento acontece no Palco Gerador com um concerto de Benjamim, marcado para a 20.00. O músico promete um regresso aos clássicos, com uma passagem pelas novas histórias que tem para contar.

A casa de banho artística

É a casa de banho mais limpinha da história dos festivais. Neste espaço virtual só entram artistas visuais para preencher as paredes brancas. A curadoria é da revista cultural FoME que convidou os artistas Tiago Hesp, Filipa Morgado, Nuno Alecrim, Julião Vitó, Braz Almeida, Sofia Lobato, Coletivo SPA, Rita Ravasco e Flix Robótico.

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Os bastidores

Os que gostam de ir a correr para as laterais do palco em busca de autógrafos, ou de fintar seguranças para aquela selfie vencedora, podem correr, mas para se inscreverem no Backstage – um espaço que dá a oportunidade de falar com os cabeças de cartaz do festival a seguir a cada apresentação, em reuniões exclusivas de 15 minutos.

Os comes e bebes

Há um food court, pois claro, como manda a tradição festivaleira. O Oeiras Ignição Gerador tem dois parceiros: para comer recomenda que encomende o almoço na EatTasty, plataforma online de refeições caseiras que também vai ter um pequeno palco no recinto. Nos primeiros dois dias, convidados como Diogo Faro ou Joana Barrios falam sobre a nossa relação com a comida durante a pandemia. Para escorregar melhor, o festival sugere uma ida à Musa, que desde 1 de Junho entrega cerveja por toda a Europa.

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Os connects

Se é um animal social, rume ao espaço Chill Breaks. Todos os dias, às 10.30 (Arte Urbana), 12.30 (Teatro), 14.00 (Design) e 17.30 (Artesanato), pode entrar em reuniões temáticas de partilha de opiniões, sem moderação, e fazer amigos e/ou novos colegas. Cada Chill Break tem um limite de oito pessoas e mais ninguém pode ouvir o que para ali vai.

Ainda em casa

  • Compras

O mundo lá fora, como o conhecemos, está ainda em pausa, sobretudo no que toca a eventos físicos que reúnam multidões. Mas se há coisa que não pára (e ainda bem) é a tecnologia e a sua capacidade de diminuir distâncias e facilitar negócios. Há que arranjar formas de reinventar o que antes se fazia cara a cara – é o caso dos mercados. Mal habituados estávamos nós com mercados e mercadinhos todos os fins-de-semana, que nos levavam em romarias para renovar a casa e os armários. Mas nem por isso quem os organiza baixou os braços: os mercados habituais deixaram as suas localizações e mudaram-se para o universo digital, para continuarem a apoiar os pequenos negócios e as marcas de que são feitos. Enquanto não é tempo de voltar à rua e regressar à normalidade, aproveite para estar a par dos mercados online.

  • Música

É difícil mantermo-nos a par de tudo o que este ano já foi adiado ou mesmo cancelado. Concertos, festivais, conferências, um a um, os eventos foram desaparecendo das agendas e a data que mais vemos surgir é 2021. Mas há alternativas para os que de nós as querem. Não são muitas, é um facto, mas são boas, algumas inesperadas, outras grátis, e outras prometem ser extraordinárias, como a primeira edição virtual do Tomorrowland, especialmente preparada para os festivaleiros da internet. Na lista que se segue, e que será actualizada ao longo dos próximos meses, damos-lhe as propostas possíveis para um verão menos triste e mais musical. São os festivais de música online que não pode perder.

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Saudades dos tempos em que, nestas linhas, éramos moralistas com quem passava demasiado tempo no sofá. Agora, estimados leitores que por aqui continuam, não temos outra solução que não passar muito tempo no sofá, no cadeirão da varanda, no banco junto à janela, ainda que já vá podendo circular, desde que com precaução. Esta pandemia é um desafio à Humanidade e à classe artística, que tem estado, gradualmente, a arranjar novas formas de se exprimir e mostrar trabalho. É por isso que não vamos continuar a aceitar desculpas. Tem, mais do que nunca, todo o tempo do mundo para ver espectáculos de teatro e de dança, mesmo que seja apenas online, sem sair do sítio. Do Teatro Nacional São João ao Teatro D. Maria II, da RTP Palco ao Teatromosca, não faltam bons pedaços culturais para ver. Não será a mesma coisa que ir a um teatro, mas é o que temos por agora.

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