Em 2016, a barbearia mais emblemática de Lisboa reabriu portas no Chiado e toda recauchutada. Obras que, primeiro, espreitaram em tom de ameaça. Os novos senhorios queriam transformar a Barbearia Campos num lobby para os apartamentos turísticos novinhos em folha. Felizmente, a Câmara meteu-se ao barulho e tudo acabou da melhor forma. Além de continuar a funcionar, a casa recuperou o brilho de outros tempos. Tempos em que cada cavalheiro tinha os seus próprios utensílios de barbear, em que se atendia realeza de toda a parte e intelectuais de excepção, como Fernando Pessoa e Ramalho Ortigão. A bancada de mármore até reluz de outra maneira, ao lado de verdadeiras peças de museu. Nas paredes, há vestígios do tempo em que tudo funcionava a gás, mas também um quadro de memórias. É lá que encontramos a apólice de seguros de 1886 e, na falta de certezas sobre o ano de fundação da casa, prevalece o documento mais antigo. A clientela, essa, é de todas as idades. Do freguês de há décadas aos rapazolas, portugueses ou estrangeiros, tudo vem aqui parar.
A Time Out diz
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