“Há 50 anos vivia-se disto, mas a vida mudou e agora faço para que as pessoas não se esqueçam”, diz Margarida Cortez, nascida e criada em Loulé. É uma das 12 voluntárias que trabalha na loja que abriu em Junho para salvaguardar a tradicional arte da empreita de palma (o entrançar de folhas até à formação de um objecto).
“Para se fazer um ponto são necessários três movimentos e meio”, explica a septuagenária, que aprendeu a técnica com a madrasta, quando tinha 12 anos. Esteve 40 sem praticar até que, ao reformar-se, decidiu dar “mais movimento à vida”. O marido Jorge prepara a palma e os bracinhos e, no final, “limpa tudo bem limpinho”. Na loja vendem-se candeeiros, alcofas, abanicos, cestos e cadeiras. O grupo está animado e disposto a ir ensinar às escolas para que a tradição não se perca. Por enquanto, fazem workshops.