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Novas marcas portuguesas que tem de conhecer

São pensadas e feitas por cá e logo aí temos o dever de deitar o olho a estas novas marcas portuguesas

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O mundo parou em muitos sentidos, mas houve quem arregaçasse as mangas e tirasse da gaveta novos projectos. Muitas destas marcas são autênticos rebentos de pandemia, foram espreitando sorrateiramente o mercado até entrarem nele com toda a força, porque se há momento em que é preciso olharmos para dentro e para os nossos, o momento é agora. É hora de olhar e consumir o que é português, é hora de apoiar os pequenos negócios e pensar em qualidade, em vez de quantidade. Vá, não custa assim tanto. Para vestir, calçar ou decorar a casa, estas são algumas das novas marcas portuguesas para descobrir – e consumir! – online.

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Novas marcas portuguesas que tem de conhecer

Kalimera Collection

Viagens, areia, mar, sal e muitos biquínis: podia ser assim o início de mais uma aventura de Sara Arrais pelo mundo. E foi a partir dessas aventuras que nasceu a Kalimera Collection, uma marca 100% portuguesa de swimwear que dá uma mão à sustentabilidade e a outra ao minimalismo. A Kalimera começa com Breeze, a primeira colecção que representa uma “autêntica lufada de ar fresco para os tempos que vivemos” e que traz um fato de banho, três modelos de soutien e outros três de cueca. As peças estão à venda no site, e é possível comprar separadamente as partes de cima e de baixo, podendo o cliente escolher um tamanho ou cor e padrão diferentes para cada uma delas. As peças são feitas de à base de ECONYL®, um fio de nylon desenvolvido a partir da recuperação de redes de pesca, retalhos de tecido e plástico industrial. Além disso, as embalagens têm dimensões reduzidas para minimizar o impacto, sendo também plastic-free, e o papel utilizado tem certificação ambiental FSC. 

Grow

A Grow é uma linha de roupa interior focada nos soutiens de maternidade, integralmente feita em Portugal com tecidos orgânicos e naturais, responde a essa necessidade. É para mães, mas acima de tudo para mulheres. Inês Patrocínio, que dá a cara e o corpo ao manifesto pela Grow, queria uma marca portuguesa que respondesse à necessidade de muitas mulheres nesta fase da vida. A pandemia desacelarou o processo de lançamento da marca, que acabou por ser antecipada através de uma comunidade onde se discute sem tabus as questões da maternidade - a It’s Not Just Milk. Quando a Grow foi lançada o ciclo completou-se. Quanto aos soutiens, esses, para já vendem-se apenas online, no site da marca. Existem três modelos, todos com características próprias e adaptáveis ao corpo de qualquer mulher. Pode saber mais sobre a marca aqui.

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Peryod

Empoderar a mulher, ponto. Eis o mote da Peryod. Mónica De La Serna, Rita Sarabando, Mafalda Vilela e Graça Rodrigues dão o corpo ao manifesto por esta nova marca portuguesa que quer dar palco, através da roupa, ao feminismo e a valores como a união, a sororidade e a igualdade. A roupa fala por elas – e quer falar por todas as mulheres e pessoas que defendem o respeito e a igualdade de género, que lutam todos os dias por um mundo em que a mulher não seja o elo mais fraco só porque é mulher. Nesta primeira colecção, Statement, as quatro amigas optaram por um body, duas t-shirts e uma sweatshirt. Cada peça traz uma mensagem diferente, e cada modelo tem o nome de uma mulher que fez história, são elas: Amelia Earhart, Elizabeth Robinson, Olympe de Gouges e Sojourner Truth. A sustentabilidade não ficou esquecida – nem podia. As peças são fabricadas em algodão orgânico, e todos os processos de tingimento são o mais sustentáveis possível, assim como o próprio packaging. A Peryod ainda vai além da mensagem com uma vertente social. Como forma de mostrar o seu propósito social, cada peça vendida vai fazer reverter 1€ a uma instituição ou organização que apoie as mulheres. 

[PH]ACT

Sustentabilidade é uma palavra que ganhou espaço no vocabulário do dia-a-dia e ocupou-se de mudar consciências. Assente nela, está uma nova marca portuguesa, a [PH]ACT, dedicada aos cuidados pessoais e cosméticos, cujo primeiro produto são champôs sólidos que respeitam o pH natural dos cabelos. A marca assenta assim em três grandes pilares: a sustentabilidade, a transparência e os factos, tendo como mote o verbo “cuidar” – de ti, dos outros, do hoje e do amanhã. O primeiro lançamento da [PH]ACT é de uma gama de champôs e condicionador sólidos que respeitam o pH natural do cabelo e couro cabeludo. Os champôs (12,95€) estão à venda no site, cada um com propósitos distintos. Além dos três champôs existe ainda um condicionador sólido, ideal para cabelo seco e danificado, feito com proteína de arroz hidrolisada e azeite de oliva (13,95€). À venda está também uma caixa de cortiça para o champô (14,95€), ideal para o guardar e transportá-lo em viagens ou na mala do ginásio, por exemplo. 

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Torres Novas

Atravessou gerações, foi-se abaixo e agora volta à vida melhor do que nunca. É um pequeno resumo daquilo que a portuguesa Torres Novas, a marca histórica de turcos de banho, passou até aos dias de hoje, altura em que é relançada depois da falência. Surge de cara lavada e com jovens a tomarem-lhe as rédeas, mas as jóias desta coroa continuam as mesmas: as toalhas de sempre, com a qualidade do antigamente. Para já, a Torres Novas traz de volta quatro das suas linhas mais famosas: a Almonda, a Luxus, a Elegance e a Royale. A história antiga – e a nova que começa a ser contada com este relançamento – muda também o modo de vender. Se dantes a Torres Novas estava apenas em lojas mutimarca, agora tem direito a uma loja online para responder, sobretudo, aos consumidores mais jovens e internacionais. Mas não deixam quem sempre lhes deu casa, como é o caso das lojas lisboetas Paris em Lisboa, Gallery House, Pollux, Teresa Alecrim e Turcos e Bordados, a Mandrágora em Oeiras, a Helena Lavores, em Elvas, e a Casa de Pano, em Beja. 

Feike Store

Uma mudança de casa, a Internet como fonte de inspiração e as marcas estrangeiras que demovem compras pelos custos de envio, tudo foi razão para Gabriela Duarte meter as mãos na massa – coisa que já faz enquanto designer e também com bijuteria – e começar a fazer as suas próprias velas. Começou por aquecer e moldar e não tardaram a aparecer pessoas a perguntar-lhe onde comprava as peças. As velas da Feike Store são todas feitas à mão por esta designer, que agarra o processo desde a sua base, com a parafina, o pavio, o pigmento e os aromas – depois é ver a magia desenrolar-se (ou enrolar-se, neste caso). Há vários modelos, como as feike swirl, que são torcidas; as feike duet, com duas velas enroladas uma na outra; as feike single lady, com formatos mais abstractos; as feike monster, com cera de outras cores a cobrir, e as bubble. Mas não só: também faz velas pintadas com pequenos ícones. “A escolha do nome foi para ser uma loja a brincar, que não se levasse demasiado a sério, apesar de ser um negócio”, explica Gabriela, que às velas quer começar a juntar outras peças, que tenham o mesmo tipo de linguagem – é o caso dos castiçais de cerâmica que já podem ser vistos nas imagens do Instagram da Feike, onde são feitas as encomendas. 

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Fairly Normal

Os acasos podem ser felizes, mesmo no mais infeliz dos cenários – como uma entrevista de emprego mal sucedida. Que o digam João Morais Leitão e João Berberan, a dupla de amigos responsável pela Fairly Normal, uma marca portuguesa de roupa masculina com preocupações ambientais e sociais e muitas referências da cultura urbana. Estes dois amigos puseram cá fora a primeira colecção com t-shirts em algodão orgânico, long-sleeves, hoodie, calças e casacos. Tudo à venda no site. A inspiração é o ambiente urbano que se respira em Lisboa, agarrada aos movimentos de contracultura do surf e do skate. Os materiais usados, como o algodão orgânico ou a lã, são de elevada qualidade, tudo com design minimal e com atenção aos pequenos detalhes. 

Reshape

A APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) tem mais um projecto para reintegrar na sociedade os reclusos prisionais e as pessoas que já estiveram em reclusão. Agora através desse exercício terapêutico que é a cerâmica, criando a marca Reshape Ceramics. Para já vende-se online e foca-se nas peças utilitárias de tableware como pratos, copos, bowls ou argolas de guardanapos. 

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Fazer de Vela

A pandemia tirou toda a gente da rua, que acaba a passar mais tempo no sofá, a olhar para a casa, a perguntar-se o que pode mudar aqui e ali e, inevitavelmente, a cair no poço sem fundo do mundo da decoração na internet. Foi o que aconteceu a João Andrade e à namorada, Valéria Pereira, que entraram nessa espiral de acessórios de decoração que são as velas e os vasos. “Olhava para aquelas velas e comecei a pensar: se calhar conseguimos fazer isto em casa”, conta-nos João. “Aconteceu tudo entre o Natal e a Passagem de Ano, em 2020, e criei uma página de Instagram e um logo. As encomendas começaram a chegar logo.” As velas são de parafina e assumem formatos variados e outras tantas cores – estão sempre a chegar novidades. O cliente pode sugerir uma forma específica para dar à vela, que João e Valéria tratam do assunto, uma vez que querem “o serviço o mais personalizado possível”. As peças são únicas e em algumas criações são usadas duas velas. Para o futuro, João admite lançar uma loja online – por enquanto as compras fazem-se no Instagram – e algumas peças “mais high end”.

Curae

Nesta casa, o acto de cuidar é a cola que une os elementos da santíssima trindade: pessoas, plantas e animais. A Curae nasceu como uma plataforma que quer proporcionar às pessoas experiências de cuidado com a natureza que as rodeia, seja através da venda de plantas ou de serviços dirigidos aos animais de estimação. Cabem todos debaixo do mesmo tecto de Sofia Antunes, a chefe desta família que dá a cara pelo projecto. A Curae não quer ser só uma loja banal, mas sim uma plataforma de venda de experiências. As plantas foram o ponto de partida e apesar de as poder comprar individualmente, existe aqui o conceito de “família de plantas”. A selecção das espécies teve em conta as mais fáceis de cuidar, precisamente para que o processo saia facilitado para os clientes. As famílias de plantas podem ser de duas, quatro, oito ou 12 plantas. No site existe uma secção dedicada aos presentes e nesse separador, é possível conjugar packs de plantas com outros detalhes como sais de banho, flores para tratamentos faciais a vapor ou até um poema personalizado.Tal como o manifesto dita, às plantas juntam-se os animais de estimação e Curae começa já a implementar algumas acções relacionadas com eles.

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Majatu.Studio

Sara Sampaio e Jorge Ribeiro, dois amigos de infância, atiraram-se de cabeça para o conforto e o luxo que é poder vesti-lo em casa e na rua. Juntos criaram a Majatu.Studio, uma marca portuguesa onde a estrela da casa é a loungewear, tudo feito em Portugal e com a sustentabilidade na ponta da língua, com base no conceito de slow fashion. A marca tem camisas, calças, casacos, hoodies e t-shirts para homem e para mulher, contando até com uma colecção sem género. 

Tip & Toe

Meias divertidas sem serem demasiado infantis? A Tip & Toe tem e ainda bem, que para as tenras idades a bonecada nem sempre tem de ser uma escolha. Foi com base nessa infantilidade em demasia na oferta para crianças que Filipa Simões de Freitas criou, em plena pandemia, uma marca de meias toda catita e feita em Portugal – para dar os primeiros passos com estilo. Estas criações são autênticos clássicos reinventados aos tempos e cores de hoje, para conjugar com qualquer look que passe pela cabeça dos pais ou mesmo pela dos miúdos. Os tamanhos vão do 22 ao 36, se calçar pequeno ainda vai com sorte de andar em pontas dos pés. 

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Beamy Home

Marta Freitas gosta de relativizar as coisas e ver a sua marca como um hobbie, um escape à realidade à sua volta, até porque “se não for pelo prazer de o fazer não vale a pena”, confessa. Mas isto só começou a tornar-se um hobby mais sério quando perdeu o emprego – culpa da pandemia – e ficou com mais tempo livre, tempo esse que aproveitou para tirar um curso de social media para perceber como isso poderia ajudar na criação de uma marca. Acabou a tropeçar na tendência das velas, mas a marca era australiana e os portes de envio para Portugal batiam nos píncaros, por isso “porque não tentar fazer em casa?” – questionou-se. Comprou os moldes das bolhinhas, os pavios, e mãos à obra. Marta acabou por abdicar de usar parafina e optou por cera de soja, sendo que o pavio é também de algodão orgânico e não de chumbo. A Beamy – que significa brilhante, luminoso e radiante, "exatamente o que é suposto ser, uma luz que nos anime em dias não", diz Marta – quer ser mais do que velas, e agregar também uma componente mais decorativa com outras peças, sempre com o dedo de Marta. As velas custam 8€ (aos quais acrescem portes de envio) e podem ser encomendadas através da página de Instagram. Em Cascais, as entregas podem ser feitas em mão.  

Ownever

Com a missão de ser uma "nova Hermès" portuguesa, nasceu a Ownever, uma marca de acessórios de luxo que quer trazer para o mercado nacional colecções de malas intemporais, que não respeitam tendências, e produzidas com materiais de qualidade. Eliana Barros, fundadora e designer, criou cinco modelos de malas, inspirados no estilo de vida francês e em ícones do país como Françoise Hardy ou Emmanuelle Alt. Cada modelo foi baptizado com o nome de diferentes zonas de Paris, como Montmartre, Marais e Saint-Germain. Estão disponíveis online, com preços entre 260€ e 550€, sendo que cada modelo é criado artesanalmente e feitas apenas por encomenda, em bio-leather tingida com tintas exclusivamente vegetais, e embaladas em algodão orgânico.

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Nutch

Margarida e a Francisca são apaixonadas por exercício físico e tudo o que move esse universo, incluindo as fatiotas de treino que consideram um ponto fundamental para a motivação. Foi com base nisso que nasceu a Nutch, uma marca de activewear sustentável que quer que as mulheres se sintam confiantes na prática do exercício físico. As peças são coloridas e produzidas com nylon regenerado da ECONYL, feito a partir de desperdícios de plástico, resgatados de aterros e oceanos de todo o mundo. O site tem disponível já várias peças que são vendidas em conjuntos de top e leggings.

Non Manon

A Non Manon é uma marca portuguesa e sustentável que nasceu em plena pandemia em 2020, como uma loja vintage, e que acabou a transformar-se em Agosto desse ano numa marca de roupa made-to-order. Marta, a fundadora, é responsável por tudo e utiliza deadstock e tecidos sustentáveis para cada criação, inspiradas em épocas passadas. A grande maioria das peças é então feita sob encomenda, para evitar desperdício, com a vantagem de que pode ser feita à medida do cliente. Marta quer continuar a criar designs intemporais, coloridos, educando os clientes sobre moda ética e sobre a importância de travar o consumo desenfreado de fast fashion.

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Já foi tempo em que dominava a meia preta ou azul escura, um básico que cada vez mais fica guardado na gaveta para dar lugar a outras extravagâncias de trazer no pé, seja de Verão para dar aquele ar alternativo por baixo da sandália, quer de Inverno, na hora de aquecer os pés e a alma. Calçar português não é só por fora, também há que ter uma boa base, uma espécie de roupa interior para os pés, e essa está aqui, nestas marcas portuguesas de meias, catitas que só elas.

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As rodas de oleiro, as fornadas, os vidrados, as argilas, os moldes e as cores agarraram o coração de quem sempre achou que meter as mãos na massa era tarefa para os outros. Há por aí uma nova geração de artesãos da terra e, por isso, atirámos o barro à parede para perceber que ceramistas o apanhavam.

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