Cá fora ouve-se o martelar sincopado no cobre e no latão de dois dos três homens que fazem, entre outros objectos, as tradicionais cataplanas algarvias. Demoram três dias para fazer uma destas peças e o metal é queimado quatro a cinco vezes antes de ser “rebatido”. Analide Carmo, de Loulé, conta que faz cataplanas há 50 e tal anos e que “o segredo é saber encaixar as duas partes” – algo que nem toda a gente consegue.
A maior que martelou tinha 90 centímetros e foi para o Vila Vita Parc, um resort de cinco estrelas na zona de Porches. Uma cataplana com 20 centímetros de boca ronda os 100€ e Analide explica porquê: “Custa 36,5€ em material e leva três dias a fazer”. Foi a esta oficina que o chef Leonel Pereira encomendou uma cataplana para oferecer a Andoni Luis Aduriz pelos vinte anos do seu restaurante, o Mugaritz.