Podemos dizer que esta loja está para o Chiado como as pirâmides estão para o Egipto. A Paris em Lisboa é o reduto de um Chiado que já não existe, viveu ainda na era de sua majestade, assistiu às duas grandes guerras e à revolução, viu o fogo ao fundo da rua e foi-se moldando à passagem do tempo. No início, era loja e confecção, recheada das mais luxuosas importações parisienses, tinha 60 costureiras, uma modista francesa e uma freguesia que abarcava toda a nobreza da época, incluindo a própria rainha D. Amélia. A cidade e o país levaram uma reviravolta e a Paris em Lisboa especializou-se no tecido a metro até ao final dos anos 70, altura em que a chamada secção dos brancos passou para a linha da frente. Os lençóis e as toalhas mantêm-se até hoje. Os turistas são quem mais vibra da porta para dentro (afinal, todo o mobiliário da loja continua a ser o original), se bem que os lisboetas fiéis à casa continuam a aparecer.
A Time Out diz
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