Está bem que o faz em casa é consigo, o que faz na rua é com a Time Out. Mas há boas razões para ligar a TV esta semana
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Uma entrevista com o presidente do Benfica, uma mudança de visual a uma senhora pouco beneficiada esteticamente pela natureza, António Raminhos quase nu, um coro a cantar sobre bidés, um telefonema do Presidente da República a fingir que era espontâneo, etc, etc.
O Programa da Cristina (SIC, Seg-Sex 10.10) estreou-se com estrondo, colossal repercussão nos media e nas redes sociais, e o abuso de decibéis do costume por parte da dona. Mas quem não se tenha ficado pela edição de abertura, já terá percebido que depois de todo o banzé inicial, O Programa da Cristina vai acomodar-se ao formato tradicional dos programas da manhã, porque o seu público-alvo é o menos predisposto a revoluções no modelo e quem manda são as sacrossantas audiências. Era como mexer na receita dos pastéis de nata.
Por isso, lá se manteve a Crónica Criminal de Hernâni Carvalho, lá aparece Cláudio Ramos, outro sobrevivente do anterior programa matinal, a fazer de vizinho de Cristina e a cozinhar-lhe atum com massa entre dois mexericos sobre “famosos”, lá está a rubrica médica, lá estão os “casos da vida” comoventes e as entrevistas “sérias” para dizer que ali não há só frivolidades, lá começaram as “sinergias”, com a presença de figuras conhecidas e a promoção de novos programas da casa.
Se há espaço conservador nas televisões, é o das manhãs, e é por isso que a aparência de novidade e “irreverência” do Programa da Cristina se irá desvanecer depressa.