Dizer que Metrópolis “é uma parábola sobre as relações sociais numa cidade do futuro”, hoje, é mais uma ameaça do que a profecia que foi em 1927, quando o filme de Fritz Lang estreou. Na verdade, perante as transformações sociais e as radicais alterações do trabalho anunciadas para as próximas décadas, o filme do realizador alemão, em que os ricos vivem o seu privilégio nas alturas e os trabalhadores habitam os subterrâneos, a parábola torna-se assustadora previsão que a fantasiosa reconciliação de classes do final não alivia. Para além das considerações sociopolíticas suscitadas pela obra, o mais importante, aqui, é a extraordinária realização de Lang, principalmente a utilização plástica das centenas de figurantes sobre o cenário futurista. Esta sessão inclui ainda a apresentação de Manhatta, filme dirigido por Paul Strand e Charles Sheeler, em 1921, apresentado como “a primeira ‘sinfonia urbana’ que se conhece e um marco na história do modernismo” criado a partir de um poema de Walt Whitman.
Segunda, 2, 15.30.