Filme, Cinema, O Barão (2011)
©DRO Barão de Edgar Pêra
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Cinema português à janela

Com os cinemas fechados, a alternativa é a internet. Escolhemos alguns filmes portugueses que podem ser vistos online

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Reagindo ao encerramento das salas de cinema e da Cinemateca, e ao cancelamento dos festivais por causa da pandemia do Covid-19, vários realizadores portugueses estão a disponibilizar os seus filmes online. É lá que estes se vão encontrar com fitas nacionais mais antigas, algumas delas quase esquecidas. Fizemos assim uma selecção ampla, nos géneros, nos estilos e nos temas (incluindo algumas curiosidades e uma animação) de uns quantos títulos realizados quer por representantes das gerações mais recentes, quer por nomes de tempos mais antigos.

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Cinema português à janela

O Barão

Edgar Pêra, 2011, 105 min.

Nuno Melo tem certamente o melhor papel da sua carreira neste filme “neo-expressionista” de Edgar Pêra inspirado pelo conto homónimo de Branquinho da Fonseca, interpretando um aristocrata de recorte vampiresco, que tiraniza e aterroriza os habitantes de uma remota região montanhosa de Portugal. Ao mesmo tempo, O Barão simula também ser o remake de um filme de terror rodado em segredo durante a II Guerra Mundial por uma realizadora inglesa, que foi destruído pela censura do antigo regime, a equipa técnica repatriada e os actores portugueses enviados para o Tarrafal.

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O Cerro dos Enforcados

Fernando Garcia, 1954, 118 min.

Rodado numa altura de secura criativa e crise geral do cinema português por Fernando Garcia, jornalista, crítico de cinema e assistente de realizadores como Jorge Brum do Canto ou Manoel de Oliveira, e adaptando um conto de Eça de Queirós, O Cerro dos Enforcados é um raro exemplo de filme fantástico nacional (foi, durante muito tempo, o único) e em simultâneo, de cinema histórico. A história passa-se no século XV e centra-se num idoso fidalgo ciumento que decide matar um outro, mais jovem, que está fascinado pela sua mulher. Um enviado do Além virá impedir o crime.

Youtube

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Tragam-me a Cabeça de Carmen M.

Catarina Wallenstein e Felipe Bragança, 2019, 61 min.

Não, este filme de fundo experimental e gesto político, realizado em parceria pela portuguesa Catarina Wallenstein e pelo brasileiro Felipe Bragança, não é uma versão lusófona, e a preto e branco, da fita de Sam Peckinpah Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia. Wallenstein faz uma actriz portuguesa que está no Rio de Janeiro para interpretar a lendária Carmen Miranda num filme que poderá chegar a não ser feito, e que se depara com um Brasil em grande agitação política e social, e em plena mudança com o advento do regime de Bolsonaro.

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Bola ao Centro

João Moreira, 1947, 94 min.

Os portugueses são doentes de futebol, mas o cinema português raramente se tem interessado pelo desporto-rei. Uma das excepções é este singular Bola ao Centro, a única longa-metragem do assistente de realização e argumentista João Moreira. A fita apresenta várias particularidades, caso da participação do escritor Alves Redol nos diálogos, da presença de jogadores célebres na altura, caso do goleador Pinga, e do trio canoro Irmãs Meireles. É a história de um honesto operário apaixonado por futebol e que abandona tudo para ser jogador, deixando-se corromper pelo meio da bola e pela má vida.

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Os Olhos do Farol

Pedro Serrazina, 2010.

Esta curta-metragem animada do realizador de Estória do Gato e da Lua, actualmente também envolvido no projecto televisivo Crias, foi premiada um pouco por todo o mundo quando da sua estreia. Os Olhos do Farol passa-se numa distante ilha rochosa, batida pelos elementos. Ali vivem um faroleiro, que zela pela segurança dos barcos que passam, e a sua filha, que mata o tempo a olhar para o mar, com o qual brinca como se ele também fosse uma criança, e a recolher os objectos vários que vão dar à praia.

Vimeo

O Primeiro Verão

Adriano Mendes, 2014, 105 min.

Após sete curtas-metragens, Adriano Mendes assinou a primeira longa com este O Primeiro Verão, que ganhou, no IndieLisboa, o Prémio Novíssimos e o Prémio TAP para Melhor Longa-Metragem Portuguesa de Ficção. Além de escrever o argumento e de realizar, Adriano Mendes também interpreta uma das personagens principais, Miguel, que está a tirar a carta de condução e encontra Isabel (Anabela Caetano) numa aula. Começam a namorar e passam o Verão juntos. No Outono, Miguel tem que viajar e Isabel fica a tomar conta do cão dele. O seu amor vai ser testado quando ele voltar.

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Os Emissários de Khalôm

António de Macedo, 1987, 113 min.

António de Macedo foi um dos raros realizadores portugueses a tentar fazer cinema de género com regularidade e consistência, nomeadamente filmes fantásticos e de ficção científica, embora com todas as limitações próprias da nossa cinematografia. É o caso de Os Emissários de Khalôm, baseado num conto do próprio Macedo, passado no final do século XX e interpretado por actores como Sinde Filipe, Guida Maria, Rui Mendes ou Suzana Borges. Um grupo de cientistas que está a tentar prevenir uma guerra nuclear com outro planeta através de um projecto experimental, desencadeia um processo de viagem no tempo.

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