1. A Paixão de Joana d'Arc (1928)
Começa-se com uma história de martírio, como escolheu Carl Theodor Dreyer fazer neste magnífico filme, clássico do cinema, mudo mas eloquente na expressividade do sacrifício de Joana D’Arc conforme interpetado por Maria Falconetti.
No papel da lendária guerreira francesa do século XV, primeiro excomungada depois canonizada, na expressão da actriz vê-se tanto a intimidação como a coragem de se manter fiel às suas convicções, à sua verdade contra o dogma daqueles juízes e torturadores. Uma determinação feminina ainda não vista no cinema de que Dreyer é o principal responsável, ao apresentar a heroína como vítima de uma masculinidade que a via como uma simples maluca reclamando conversar com Deus.