Já é possível ver o último Star Wars: A Ascensão de Skywalker e muito mais no Disney+. Por isso, passamos em revista todos os filmes da saga.
Hayden Christensen tinha apenas 19 anos quando ficou com o papel de Anakin Skywalker, o rabugento e petulante aprendiz de Jedi que George Lucas criou para a prequela de Star Wars (1999-2005). Esses filmes desencadearam uma controvérsia que ainda perdura entre os fãs mais hardcore, mas foram enormes sucessos comerciais – estão os três no top 100 de bilheteira de todos os tempos – e levaram o actor canadiano ao estrelato global instantâneo.
Dezassete anos depois de A Vingança dos Sith (2005), Christensen está de volta ao papel que o tornou famoso – e ao fato que é, provavelmente, o mais conhecido de sempre do cinema. No novo spin-off de Star Wars para o Disney+, Obi-Wan Kenobi, que se estreia esta sexta-feira, 27 de Maio, o actor põe a icónica máscara de respiração e veste a roupa de couro preto para interpretar o lorde intergaláctico Darth Vader, enquanto fica mais uma vez cara a cara com seu antigo Mestre Jedi, Kenobi, interpretado por Ewan McGregor.
Falámos com Christensen sobre os incómodos do fato preto, a sua amizade de décadas com McGregor e se Darth Vader realmente é um anti-herói dos nossos tempos…
Só tinha usado o fato de Darth Vader muito brevemente, no final do Episódio III [A Vingança dos Sith, 2005]. Como foi voltar a usá-lo?
Voltar a vestir aquele fato foi uma experiência incrível. É difícil pôr em palavras, foi muito emotivo para mim.
É tão pesado quanto parece?
Muito quente e muito pesado! Mas há uma camada interior no fato do Vader que tem líquido de arrefecimento. Quando não estávamos a trabalhar, dava para me sentar e ligá-lo a um dispositivo que fazia circular esse líquido, e que ajudava a baixar a temperatura. A necessidade desse elemento mecânico fazia-me sentir ainda mais dentro da personagem.
Também é bom poder filmar sem precisar de se preocupar com cabelo e maquilhagem?
Completamente. É óptimo poder esconder-me atrás de uma máscara!
Sente que a personagem de Darth Vader lhe pertence agora, de uma forma que talvez não pertencesse antes?
Isso é uma parte do que foi emocionante nesta série, poder realmente explorar o Darth Vader. Nas prequelas eu era Anakin Skywalker e obviamente pude mostrar essa transição, mas não consegui passar muito tempo no fato. Portanto, voltar e revisitar a personagem nesta altura foi extraordinário.
Vê-os como personagens separadas, ou como um continuum da mesma pessoa?
Uma continuação, absolutamente. O Darth Vader é o Anakin Skywalker, depois de um processo de radicalização ideológica e de ter ficado gravemente ferido em batalha.
As mudanças ideológicas radicais estão na moda! Pensou nisso enquanto filmava?
O tempo todo. Acho que o que torna esta personagem tão cativante é a mudança pela qual passa. Ele passou por uma mudança radical e agora está a tentar reconciliar-se consigo mesmo. E no fim acaba por encontrar a redenção. É uma viagem e tanto.
O Ewan McGregor disse que foi arrepiante voltar a vê-lo no fato. Sentiu o mesmo ao vê-lo outra vez nas suas velhas e empoeiradas vestes de Jedi?
Foi uma experiência surreal. Esse meu primeiro dia de regresso é uma memória que vou guardar para o resto da minha vida.
Pelo que sei, mantiveram o contacto nos últimos 17 anos.
O Ewan e eu tornámo-nos muito próximos quando filmámos as prequelas: passámos muito tempo juntos, dentro e fora do set, e mantivemos a proximidade ao longo dos anos. Há algum tempo que não nos víamos, portanto tínhamos alguma conversa para pôr em dia, mas temos tanta história juntos que foi fácil recomeçar de onde tínhamos ficado. E estas personagens também têm uma história em comum tremenda – conseguimos usar tudo isso no nosso trabalho.
Segundo [a produtora] Kathleen Kennedy, o set esteve sempre muito animado convosco. Foi assim?
Era inevitável. Pegamos num sabre de luz e somos crianças outra vez, concretizando todas as nossas fantasias. As prequelas foram uma aventura incrível para mim. Não poderia ter sonhado com algo melhor. Conseguir fazer o papel que fiz; começar a trabalhar com as pessoas com quem comecei... Trabalhar com George Lucas foi uma das grandes honras profissionais da minha carreira. E poder viajar pelo mundo – eu nunca tinha saído da América do Norte antes disso, [e] fui para a Austrália, Itália, Espanha, Tunísia. Portanto, ter a oportunidade de voltar a trabalhar com esta personagem foi extremamente emocionante.
Pergunta final. Alguma vez consegue ir a uma praia sem que apareça alguém a dizer: “Espera lá, tu não és o tipo que odeia areia?”
Ah! Talvez tenha acontecido algumas vezes.
Disney+. Sex (estreia T1)