Histórias da Montanha
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‘Histórias da Montanha’, uma experiência a repetir

Depois de uma infelicíssima adaptação de ‘O Crime do Padre Amaro’, a RTP propõe uma série que adapta – e bem – cinco contos de Miguel Torga.

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★★★☆☆

Juntamente com Eça de Queiroz, Miguel Torga deve ser um dos escritores com mais obras levadas à televisão. Depois de um infelicíssimo O Crime do Padre Amaro, do primeiro, a RTP propõe agora, do segundo, Histórias da Montanha (RTP Play), que adapta cinco contos tirados dos livros Contos da Montanha e Novos Contos da Montanha. O resultado, como sucede quase sempre com este modelo, é desigual, mas são mais os conseguidos do que os falhados. Embora quase todos do quinteto assinado por Luís Galvão Teles não consigam livrar-se da muleta do narrador, que se intromete a todo pé de passada, explicando aquilo que competia ao realizador e aos actores dizer, mostrar e sugerir (nem por acaso, o único onde isso não sucede, Mariana, com Soraia Chaves na mulher do título, que vive sem eira nem beira e tem filhos de vários homens, negando-os sempre aos pais e a quem lhos pede para trabalhar nos campos ou servir nas casas, é um dos melhores; O Alma Grande, pela inversa, é um dos piores); e quase toda a gente fale como se fosse lisboeta e o sotaque transmontano raramente se faça ouvir. Rodado in loco, Histórias da Montanha tem produção cuidada, ambientes genuínos e interpretações correctas. É uma experiência a repetir, com mais contos de Torga, ou de outros autores.

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